quarta-feira, dezembro 31, 2008

Ano Novo em Copacabana

Desde, pelo menos, os anos 1950, na noite de 31 de dezembro, a praia de Copacabana era freqüentada por adeptos de cultos de origem africana, como candonblé e umbanda.

Vestidos de branco, reuniam-se, em pequenos grupos, cultuando seus rituais, cantando hinos e dançando. Lançavam, ao mar, flores e presentes para Iemanjá, como agradecimento das bençãos recebidas no ano que findava, e oravam por novas bençãos para o próximo. Eram comemorações quase silenciosas, cercadas de alguns curiosos que, respeitosamente, assistiam os ritos.

Em 1976, o Hotel Meridién inventou uma queima de fogos desde seu terraço. Esse evento acabou por repetir-se, e instituir a queima de fogos por vários hotéis e restaurantes da Avenida Atlântica.

Chegou, então, um prefeito que, em 1992, vislumbrou um potencial de marketing no evento e estragou tudo, transformando a respeitável festa em verdadeira baderna, com torres emitindo som em volume exagerado até alta madrugada, e atraindo milhões de pessoas que emporcalham toda orla. O prefeito conseguiu transformar a festa em um completo absurdo.

As fotos mostram, acima: oferendas a Iemanjá; e, abaixo: dois milhões de pessoas na areia.




quarta-feira, dezembro 24, 2008

Natal VARIG

A todos, os melhores votos de um Feliz Natal,
e 3 filmetes da nossa VARIG:


Natal (48seg):




Pequena História (5min45seg):




Publicidade com o "Seu" Cabral (40seg):




quarta-feira, dezembro 17, 2008

Ilha Rasa




A cerca de 10 km da entrada da barra, encontra-se a Ilha Rasa e seu conhecido farol que, à noite, exibe dois lampejos brancos e um vermelho visíveis da orla de Copacabana, Ipanema e Leblon.

Em virtude dos perigos que a entrada da Baía da Guanabara oferecia aos navegantes, o príncipe D.João atendendo a pedido da Junta de Comércio determinou, em 1812, a construção de um farol na Ilha Rasa. Entretanto, ele só seria inaugurado em 31 de julho de 1829.

A construção, de alvenaria, levantada por escravos, é quadrangular e tem 26m de altura, totalizando 110m acima do nível do mar. Exibia uma fogueira acesa, ao anoitecer, no topo da construção. Em 1883, o farol passou a ser operado por um sistema elétrico fornecido pela empresa Maison Soutter et Lemunier, substituído, em 1909, por outro, fabricado pela Maison Turenne. Em 1907, foi instalada, na ilha, um posto pluviométrico e, em 1909, uma estação radiotelegráfica. Em 1913 foi instalada uma buzina de cerração. O alcance atual do farol é de 25 milhas náuticas (46km).

A Marinha mantém uma guarnição na ilha. Hoje já há um heliponto, mas o abastecimento ainda é feito via marítima; não existe local para atracação, mas um pequeno guindaste auxilia o desembarque.

A ilha serviu de prisão não só para o catedrático José Oiticica, por ocasião da revolução de 1924, como recebeu prisioneiros durante o Estado Novo. Atualmente, é um lugar bastante procurado para mergulho, dada a variedade de ambientes: costões, lajes e grutas.

Nas fotos: o prédio do farol; um aspecto da ilha; e uma vista aérea.



quarta-feira, dezembro 10, 2008

Postos de Salvamento

As fotos mostram os postos de salvamento em diversas etapas de sua existência.



Os primeiros postos de salvamento surgiram ainda antes de 1910. Eram mastros que sustentavam pequenas plataformas onde permanecia um guarda-vida vigiando as pessoas que se banhavam. Nota-se, na foto, que a Avenida Atlântica era ainda a rua de serviço mandada abrir por Pereira Passos e que perdurou até seu primeiro alargamento, em 1918.


A segunda foto, de cerca de 1938, já mostra um posto de salvamento de concreto, embora dentro do mesmo espírito do anterior. Vê-se uma Avenida Atlântica já bastante ocupada por construções.


O terceiro modelo, que perdurou desde a década de 1940 até a de 1970, já era bem mais evoluído: dispunha de um bar, no térreo, e de um 'escritório' (com telefone) que se alcançava por uma escada. Dispunha, também, de um relógio que podia ser visto da praia.


Com o alargamento da avenida na década de 1970, em que o calçadão dos prédios estendeu-se e abarcou até a antiga calçada junto à areia, novos postos foram idealizados. O projeto de Sérgio Bernardes, mostrado na foto colorida, pretendia passar quase despercebido pela população, com uma mínima interferência na paisagem, embora dispusesse de banheiros e um chuveiro público sob o deque.



Durante a década de 1980 os postos passaram por um período de decadência. Encontravam-se depredados, os chuveiros já não funcionavam e os banheiros inutilizáveis quando a Prefeitura reformou-os, cercou-os com grades, e passou a cobrar pelo uso dos sanitários. Talvez para aliviar os custos, passou até a admitir publicidade, tornando visível o que pretendia ser quase imperceptível.


quarta-feira, dezembro 03, 2008

Rua Pedro Ivo

Circula, pela internet, um texto que afirma existir, em São Cristovão, uma rua chamada Pedro Ivo. Explica que quando estudantes foram tentar descobrir quem havia sido esse tal de Pedro Ivo, descobriram que, na verdade, a rua homenageava D.Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como Pedro IV. Um funcionário da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, havia acrescentado um "O" ao final. e o texto afirma: "O erro permanece até hoje. Acredite se quiser..."

Pois essa é uma história inventada. Conta-nos Brasil Gerson que essa rua em São Cristovão, na época da construção da casa da Marquesa de Santos, chamava-se Rua do Imperador. Com o fim da monarquia, os republicanos mais ardorosos mudaram seu nome para Pedro Ivo, homenageando o Capitão Pedro Ivo Veloso da Silveira, herói da Revolução Praieira, insurreição ocorrida em 1848, em Pernambuco, justamente contra o Imperador.

Hoje, a antiga Rua do Imperador chama-se Rua Pedro II. A casa da Marquesa de Santos é o Museu do 1º Reinado. E o herói pernambucano é homenageado em dois logradouros no Rio de Janeiro: a Rua Coronel Pedro Ivo, no Caju, e a Rua Pedro Ivo, na Cidade de Deus.

Ilustra o post o quadro "Museu do 1º Reinado" de J.Araujo.