quarta-feira, abril 29, 2009

Igreja dos Ingleses

Em 1820, D João VI mandou comprar de ingleses um terreno que possuíam, e lhes cedeu um terreno na Rua dos Barbonos (atual Evaristo da Veiga) para que nele construíssem seu templo anglicano. Tal providência evitou a instalação de uma igreja protestante bem em frente ao Convento da Ajuda. Com o saldo da quantia destinada a essa obra, os ingleses construíram um cemitério na Gambôa, para que os funerais pudessem seguir os rituais anglicanos. O Cemitério dos Ingleses existe até hoje.

Na cerimônia de lançamento da pedra fundamental, em 12 de agosto de 1819, data de aniversário de George IV, foram depositados, como de costume, jornais ingleses e moedas da época. A capela manteve-se até o final dos anos 1800, quando foi remodelada e passou a ter a aparência da foto. Algum tempo fepois da abertura da Av. Central e da reurbanização da região, a igreja foi demolida, e outra construída na Rua Real Grandeza.

A foto mostra a "igreja dos ingleses" em 1915, vendo-se a Rua 13 de Maio e parte do Theatro Municipal.




quarta-feira, abril 22, 2009

Calçadão de Copacabana


Pouca gente, mesmo dentre os que viveram aquela época, lembra-se, com precisão, de como era a Avenida Atlântica antes do alargamento feito na década de 1970.

O atual calçadão junto aos prédios abarca o que era não apenas a pista de rolamento mas também as duas calçadas que a ladeavam.

A primeira foto mostra um postal da década de 1950. A segunda foto, obtida durante a obra, já deixa perceber que, junto à calçada, no lugar onde havia areia, se estende o que viria a se tornar o calçadão entre as pistas de rolamento. (Sob esse calçadão central, está instalado o coletor condutor do esgoto à elevatória Parafuso, na altura da Rua Alm. Gonçalves, que o recalca para o emissário submarino de Ipanema.)

A terceira foto mostra a cantoneira de pedra abaulada que, na primeira foto ficava entre a areia e a calçada, e agora separa o estacionamento do calçadão junto aos prédios. Reparem que o ralo, mostrado nesta última foto, marca o lugar da sarjeta da antiga pista, justo onde ela terminava e começava a calçada junto à areia.





quarta-feira, abril 15, 2009

Conselho Municipal


A foto, de 1907, mostra o prédio do "Conselho Municipal", antecessor do Palácio Pedro Ernesto que, na Cinelândia, abriga a Câmara de Vereadores da cidade. O prédio da foto acima foi construído em 1872, e serviu, até 1896, como Escola Pública da Freguesia de São José.

Essa escola fora uma das quatro construídas com o dinheiro arrecadado para uma estátua que seria levantada em homenagem a D. Pedro II. O Imperador recusou a homenagem e recomendou que o dinheiro fosse destinado à construção de escolas.

A partir de 1896, já na República, o prédio passou a ser ocupado pelo Conselho da Intendência Municipal. Em 1910, já se tornara pequeno demais para os 24 intendentes municipais e seus 42 funcionários. Foi quando realizou-se um concurso público para a construção de um novo edifício, mas o projeto esteve arquivado até 1918. Em 1919, o Conselho passou a funcionar no Liceu de Artes e Ofícios, na Av. Central (onde hoje se encontra a Caixa Econômica Federal), para que a antiga escola pudesse ser demolida e o novo edifício levantado.

Esse novo prédio recebeu o nome oficial de Palácio Pedro Ernesto, mas foi apelidado, pelo historiador Brasil Gérson, de «Gaiola de Ouro» em virtude de ter custado 23 mil contos de réis, mais que o dobro do consumido na edificação do Theatro Municipal.

O Conselho havia sido criado em 1565 com um procurador e um juiz. Dois anos depois ocorreram as primeiras eleições, recebendo a casa doze vereadores, com mandato de um ano, sendo que o presidente da casa acumulava as funções hoje exercidas pelo Prefeito. Com a República, foram separados os poderes judiciário e executivo municipais. Fechada em 1937, por decreto do Presidente Getúlio Vargas, foi reaberta em 1946, com o fim do Estado Novo, mas não apreciavam os atos do Prefeito que eram analisados pelos senadores da República. Com a transferência da capital para Brasília, em 1960, foi transformada em Assembléia Legislativa. Readquiriu a condição de Câmara Municipal quando da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975. Atualmente, conta com 50 vereadores eleitos para mandatos de 4 anos.

A foto dupla mostra a antiga Escola, na mesma esquina em que se vê o Palácio Pedro Ernesto. Finalmente, a Praça Floriano, em foto de 1938, como vista desde o Theatro Municipal.







quarta-feira, abril 08, 2009

Escola Barth

Prédio projetado por Souza Aguiar, em 1906, a Escola Municipal Barth foi construída com doação do comerciante suiço Alberto Barth, e inaugurada em 1907. Fica na Av. Oswaldo Cruz, 124.
Suas tarefas de ensino foram suspensas, em 1939, e ali instalado o Tribunal de Segurança Nacional, para julgamento dos envolvidos, tanto na Intentona Comunista de 1935, como no Golpe Integralista de 1938. Com a queda de Getúlio Vargas, e o retorno do país à normalidade democrática, voltou a funcionar como escola, já em 1946.
No início deste século foi alvo de protestos por cercar parte de praça pública em Botafogo para servir de pátio de recreio para os alunos. O notável é ter-se mantido com a mesma aparência com que foi inaugurada, sem quaisquer “obras de modernização”, o que se pode depreender das duas fotos mostradas; a P&B quando de sua inauguração, e a em cores, bem recente. É um belo exemplo de conservação.


quarta-feira, abril 01, 2009

Biblioteca Nacional

Teve origem nos sessenta mil volumes da Biblioteca Real trazidos de Lisboa em três etapas (1810-1811) após a chegada de Dom João ao Brasil.
Esteve, inicialmente, instalada em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na atual Rua do Carmo, próximo ao Paço.
Instalada a biblioteca, seu acervo continuou a crescer através de compras, doações e pela entrega obrigatória de um exemplar de todo o material impresso quer nas oficinas tipográficas de Portugal quer na Imprensa Régia, no Rio de Janeiro. As obras podiam ser consultadas, mediante autorização, desde 1810, sendo franqueadas ao público apenas em 1814, logo após o término da organização do acervo.
Após a Independência, a Biblioteca passou a pertencer ao Brasil em razão de indenização paga conforme estabelecido na Convenção Adicional ao Tratado de Amizade e Aliança assinado pelos dois países em 1825, que indenizou a Família Real Portuguesa pelos bens deixados no Brasil. A Real Biblioteca passou a chamar-se Biblioteca Imperial e Pública da Corte.
Em 1858, a Biblioteca foi transferida das proximidades do Paço para o prédio nº. 60 da Rua do Passeio, hoje ocupado pela Escola Nacional de Música.
Com a abertura da Av. Central (hoje Rio Branco), foi reservado para a Biblioteca, pelo governo Rodrigues Alves, um terreno de 100x75m, ocupando todo um quarteirão dessa nova avenida. A pedra fundamental foi lançada em 1905, e a construção concluída em 1910, já no governo Nilo Peçanha. O traço é do Gen. Francisco Marcelino de Souza Aguiar. A foto que ilustra o post é de Augusto Malta e mostra a Biblioteca recém-inaugurada, no número 219 da Avenida Rio Branco.
Ao clicar aqui, o leitor terá acesso a uma animação promovida pela Biblioteca Nacional.