quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Enseada de Botafogo

Interessante foto de 1908 durante a exposição comemorativa do centenário da abertura dos portos.

Dentre as várias embarcações trafegando pela enseada, vê-se duas barcas da Cia Cantareira, que faziam o transporte dos visitantes desde a Praça XV de Novembro até junto ao Morro da Urca, onde fora construído um cais.

A exposição ocupou o espaço desde o Palácio dos Estados (edifício da atual CPRM) até a Praia Vermelha. É possivel vislumbrar, à direita na foto, vultos dos prédios. da exposição.

A foto abaixo mostra o cais construído na Urca, onde se vê a ponte que dá acesso ao “quadrado” (foto já mostrada no post “Bairro da Urca”).



quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Clóvis ou Bate-bola

No Carnaval dos subúrbios do Rio é muito comum a fantasia de «Clóvis» ou, como também é conhecida, «Bate-bola».

Consta de um macacão bastante colorido, capa enfeitada, máscara e luvas, de forma a não deixar a descoberto nenhuma parte do corpo do fantasiado (garantia do anonimato); levam, presa a um cordão, uma bexiga que é, constantemente, batida no chão o que provoca um som surdo. Parece um resquício do entrudo, já que os fantasiados têm em mente assustar os que vão distraídos, e as crianças.

O nome ‘clóvis’ consta ser uma corruptela do inglês clowns.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Zé Pereira

Na proximidade do carnaval, parece razoável tecer algumas considerações sobre o Zé Pereira.

Quem primeiro nos falou deste personagem foi Vieira Fazenda (1847-1917), em seu livro Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro (1904):

Conta-nos que certo sapateiro português, chamado José Nogueira de Azevedo Paredes, estabelecido à Rua São José 22, cansado das brincadeiras sem graça do ‘entrudo’, teria alugado um zabumba no qual repetidamente dava duas pancadas, seguidas de três. Os amigos que o acompanhavam gritavam “Viva o Zé Pereira”.

No ano seguinte, surgiram vários imitadores, e as batidas de bombo e o grito se espalharam pelo carnaval carioca.

Diz, ainda, Vieira Fazenda: «Quanto à origem do nome, dizem uns que, em certas localidades de Portugal é o bombo conhecido por Zé Pereira; querem outros, e isto é mais provável: na primeira noitada de bom sucesso os companheiros do Paredes, na força do entusiasmo e influenciados pela vinhaça, trocavam o nome do chefe e davam vivas ao Zé Pereira em vez de Zé Nogueira.»

Entretanto muitos são contrários ao que diz Vieira Fazenda. No norte de Portugal, vem de longe a tradição de chamar a um conjunto de zabumbo e gaitas de fole de «Zé Pereira».

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Praça Onze

Foi tamanha a repercussão da vitória na Batalha Naval do Riachuelo, em 1865, na Guerra do Paraguai, que a Câmara Municipal julgou insuficiente nomear apenas um logradouro público para perpetuar sua lembrança. Na mesma ocasião em que foi dado o nome de Riachuelo à Rua Mata Cavalos, foi designado de Praça Onze de Junho ao, até então, Rocio Pequeno.

O povo abreviou o nome para Praça Onze. Adquiriu fama por ter sido o local em que se concentravam os “blocos”, “cordões” e “ranchos” durante os festejos do carnaval. E porque alí se localizava a casa de tia Ciata. Nas proximidades concentrou-se, também, a colonia israelita, graças à sinagoga Beir Yaakov, criada em 1919. A Praça ainda abrigou a Escola Municipal São Sebastião, uma das primeiras a funciomar em prédio próprio.

Com a construção da Av. Pres. Vargas, a Praça _de tantas memoráveis histórias_ praticamente desapareceu. Em anos mais recentes, o busto de Marcílio Dias foi retirado, tendo surgido o de Zumbi dos Palmares. Hoje, existe um busto do Imperial Marinheiro na passarela da estação «Praça Onze» do Metrô do Rio.