quarta-feira, junho 29, 2011

Casa Laura Alvim


Interessante a história ligada à casa construída, na década de 1910, pelo Dr. Álvaro Alvim, em Ipanema.

Álvaro Alvim (1868-1928) foi médico e cientista brasileiro, introdutor dos raios-x no Brasil, e dá nome à uma rua na Cinelândia.

A filha caçula, Laura (1902-1984), embora impedida de ser atriz (profissão, à época, incompatível com sua posição social) nunca abandonou o convívio com as artes. Mesmo porque era neta de Ângelo Agostini, caricaturista de grande importância na Imprensa da cidade na segunda metade do século XIX.

Após o falecimento do pai, Laura comprou a parte dos irmãos, e começou a transformar a casa. Montou um palco no interior da residência, onde fazia representar peças para os amigos, e transformou o local em ponto de encontro de gente ligada às artes.

Não casou nem teve filhos e, seis meses antes de falecer, doou a casa para o Governo do Estado para que fosse transformada em um Centro Cultural. Sua idéia era que o prédio principal abrigasse um museu dedicado a mostrar a obra do pai e, nos fundos, deveria ser instalado o Centro de Arte Angelo Agostini. Apesar disso, o Estado resolveu que Laura é que seria homenageada.

Depois de algumas dificuldades, a Casa Laura Alvim foi inaugurada em 12 de maio de 1986. E, desde então vem fazendo exposições, apresentando peças teatrais e exibindo filmes. O Centro cultural, mostrado na foto abaixo, (como era em 1951, e como é atualmente) mantém um sítio na internet no endereço: http://www.casadelaura.com.br/







terça-feira, junho 21, 2011

A Baleia do Leme

A relação do Leme com baleias vem de longo tempo. Consta que em 1858 uma baleia encalhada no Leme teria trazido o Imperador e sua familia para um pique-nique na praia.

Bem verdade que, àquela época, chamava-se de Leme o trecho entre o Morro do Inhangá e a Pedra do Leme (ou do Vigia). Não é por outro motivo que é chamada de Ladeira do Leme a que sobe o Morro de São João desde a frente do RioSul, em Botafogo, e chega à Praça Cardeal Arcoverde. Denominado Copacabana, mesmo, era do Inhangá à Igrejinha, nas pedras onde hoje está o Forte de Copacabana.

Com a abertura do túnel que dá na Av. Princesa Isabel, o chamado Leme reduziu-se, passando a ser desta avenida até a Pedra.

De qualquer forma, eu queria era falar da escultura de aço colocada no calçadão central, no início da Av. Atlântica. A obra, de Ângelo Venosa (1954- ) foi feita para ser colocada na Praça Mauá, escolhida em concurso público realizado à época da renovação na região promovida no final dos anos 1980.

Depois de uma estada de cerca de dez anos, foi o monumento transferido para o início da Av. Atlântica. Muitos a chamam de “A Baleia Encalhada” ou, simplesmente, “A Baleia”. De fato, o monumento, de seis metros de comprimento e doze toneladas, lembra o esqueleto do animal, embora o autor já tenha dito que não pretendeu figurar nada e que, na verdade, é apenas uma escultura.




quarta-feira, junho 15, 2011

Baía da Guanabara

O nome da baía onde se localiza a cidade do Rio de Janeiro tem origem indígena.

Jean Lery(1536-1613) um dos fundadores da França Antártica (que durou de 1555 a 1560, quando foram expulsos pelos portugueses) foi o primeiro a escrever a palavra Guanabara, em seu livro Histoire d'un voyage faict en la terre du Brési (título como no original publicado em 1578).

A palavra, herdada dos tamoios, é composta de três termos em tupi: goa - seio, bacia; - semelhante; e pará - mar, portanto: bacia semelhante a mar.

Goanãpará teve o p abrandado para b sendo escrita Guanabara e pronunciada como oxítona, mas passou, em português, a paroxítona, como viria a identificar o engenheiro, escritor e historiador Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937).

A imagem retrata o mapa da Baía da Guanabara em 1574.

quarta-feira, junho 08, 2011

A Vala e o Vice-rei

A atual Rua Uruguaiana foi, por muito tempo, a Rua da Vala. Originou-se de uma vala que também servia de limite da cidade. Para além da vala era campo desabitado e, nas proximidades de onde hoje está a Praça da República havia a Lagoa da Sentinela (porque alí, à beira do alagado, ficava uma sentinela pronta a dar o aviso em caso de ataque dos índios).

Pois bem, dizem que o Vice-rei Luís de Vasconcelos e Souza, conde de Figueiró (1778-1790), arranjou uma amante que residia, com o marido, na Rua da Vala. Saía de casa o marido e nela se enfiava o conde. Pois um belo dia, ouvindo ruídos que vinham da entrada, Dom Luís percebeu que o marido voltava, juntou suas roupas e pulou a janela da casa.

Pois teria entrado, seminú, na água pouco limpa da tal vala. Diz-se que depois disso, o Vice-rei mandou cobri-la, fazendo-a correr sob a rua. O fechamento do chafariz da Carioca tirou sua utilidade. Hoje o local é ocupado pelo túnel do Metrô.

Veja, também, o post Rua Uruguaiana.


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quarta-feira, junho 01, 2011

Piedade

Construída em 1873, a estação ferroviária era conhecida como Gambá. André Nunes nos conta: "No momento de expansão ferroviária do Império em direção à Zona Norte da cidade do Rio, o Imperador resolveu fazer uma parada em uma região onde havia vários gambás. Por conta disso, o lugar ficou conhecido como Parada Gambá ou Estação Gambá".

Claro que o nome não agradou a muita gente que morava nos arredores. Houve até uma senhora que enviou uma carta ao Diretor da Estrada de Ferro: “Por piedade, doutor, troque o nome de nossa Estação”. O Diretor, em resposta, prometeu: “Será feito, minha Senhora. A estação passará a chamar-se Piedade.”

Esta, a curiosa origem do nome que, naturalmente, passou a designar todo o bairro atendido por esta Estação. A foto mostra a plataforma em 1959.