O problema do abastecimento de água no Rio de Janeiro vem do tempo em que os franceses ocupavam a ilha de Villegagnon e os portugueses ainda estavam junto ao Cara de Cão. Se não era a da chuva, tinha que ser obtida na foz do rio Carioca, desde que os Tamoios o permitissem.
Expulsos os franceses e transferida a cidade para o Morro do Castelo, o problema persistiu. O recolhimento da água das chuvas era o recurso utilizado. Ainda hoje existe, no Convento de Santo Antonio, uma cisterna construída no século XVII.
O Governador Rui Vaz Pinto (1617-1620) instituiu uma taxa sobre o vinho para recolher recursos a aplicar em obras de abastecimento de água. Em 1723, foi construído o Aqueduto da Carioca que trazia água do rio Carioca desde o alto de Sta. Teresa até um chafariz onde escravos a recolhiam em barris para levar à casa de seus senhores. A cidade crescia, principalmente após a chegada da família real em 1808. E o governo começou a tomar medidas quanto ao abastecimento de água.
Reservatórios foram construídos na Tijuca (1850); na Quinta da Boa Vista (1867); na Ladeira do Ascurra (1868); e nos morros do Inglês e do Pinto, (1874).
A distribuição era feita usando carroças, ou ainda em barris levados por escravos, quando, em 1876, o eng. Antonio Gabrielli começou a construção de uma rede de distribuição. O problema de medir a quantidade de água fornecida era atendido pela chamada pena d'água, orifício em um diafragma colocado no cano de entrada da água (recurso que limitava o fluxo, em função da pressão da água naquele ponto da rede). Em 1840, a água, antes gratuita, passou a ser cobrada à razão de 100 reis por pena.
Em novembro de 1882, um decreto veio regulamentar as dimensões do orifício, de forma a permitir o fornecimento de 1200 litros de água a cada 24 horas.
O contínuo crescimento da cidade e da população obrigaram o governo a ampliar a rede e procurar mais fontes de abastecimento. Aproveitaram-se as águas das serras de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, com as captações de São Pedro (1877), Rio d'Ouro (1880), Tinguá (1893), Xerém (1907), Mantiqueira (1908).
Desde então inúmeras obras vem sendo feitas para garantir o fornecimento de água aos habitantes desta cidade.
Curioso encontrar, no final da Rua Sabóia Lima, nas orilhas do Parque Nacional da Tijuca, e às margens do rio Trapicheiros, as ruínas de uma instalação, mais que centenária, que exibe uma placa onde se lê:
Sendo Presidente da República o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves e Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas o Sr. Dr. Lauro Müller, a Inspeção Geral das Obras Públicas assentou este contador Venturi, o primeiro deste gênero instalado para o serviço de abastecimento d'água à Capital Federal. 28- 2- 1904
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