Em terreno onde existia, desde 1570, uma pequena capela, foi construída, a partir de 1761, a igreja dos clérigos, com projeto atribuído a Mestre Manoel Alves Setúbal. Em 1808, passou a ser a Catedral, em substituição à igreja do Rosário, logo após a chegada da família real (ver o post «Igreja do Rosário», de 07/03/2007). Permaneceu como Sé até a inauguração da nova igreja de São Sebastião, em 1979, na Rua Chile.
Dada a proximidade do Paço, era a igreja freqüentada pela família real. Havia uma passarela que ligava o Paço ao convento do Carmo e outro, que ligava o convento à catedral, através da torre sineira, para que os nobres não necessitassem pisar no chão da rua para ir ao templo.
Nesta igreja, foi D.João sagrado rei, e coroados D. Pedro I e D. PedroII. Foi, também, palco do casamento da Princesa Isabel com o Conde D'Eu. Em 1903 recebeu uma urna contendo parte dos restos mortais de Pedro Alvares Cabral que jazem na Igreja de Sta Maria da Graça, em Santarém, Portugal.
A antiga Sé foi inteiramente restaurada para os festejos do segundo centenário da chegada do Príncipe D. João e da família real, e reinaugurada em março deste ano de 2008. É possível, hoje, em seu interior, visitar um sítio arqueológico que exibe sinais da presença humana no local, desde priscas eras.
A foto de Marc Ferrez, do final do séc. XVII, mostra a passarela unindo o convento à igreja. É de se notar que a igreja dos clérigos, que foi capela real e catedral do Rio de Janeiro, é bem mais modesta que a dos leigos da Ordem Terceira do Carmo, maior e mais rica. O quadro de autoria de Debret mostra a coroação de Pedro I e sua sagração como "Imperador Constitucional e Perpétuo Defensor do Brasil" em 1º de dezembro de 1822.
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