A história vem de longe: é atribuída a D. Manoel, o Venturoso, a idéia de pavimentar o piso em volta da Torre de Belém com seixos rolados. Após o terremoto de 1755, muitos portugueses desenharam estrelas em suas calçadas com esses seixos, como um talismã contra sismos. Mas o basalto negro e a calcita branca, formando figuras, teria sido empregada a primeira vez, em 1842, por iniciativa do governador de armas do castelo de São Jorge, e alcançou tamanho sucesso que trataram de cobrir os
No Rio, Pereira Passos mandou vir pedras e calceteiros de Lisboa para pavimentar as calçadas da Av. Central, então
Periodicamente ocorrem movimentos contra este tipo de calçamento; dizem que necessitam de muitos cuidados de manutenção; que facilmente se desfazem, dando origem a buracos; que são responsáveis por quedas de idosos; que seus interstícios quebram os saltos finos dos sapatos femininos...
Lembro-me de, quando criança, observar o trabalho dos calceteiros da época. Usavam um martelo especial, e quebravam cuidadosamente as pedras de forma a ajustá-las bem junto umas das outras; ou escolhiam, dentre várias, as que melhor se adaptassem, deixando mínimo o espaçamento entre elas. Um trabalho meticuloso e cheio de cuidados. Hoje, as pedras são colocadas de qualquer maneira, com largas folgas entre si; o martelo específico desapareceu, os operários das firmas ditas especializadas não ajustam as pedras, dispondo-as atabalhoadamente, e quanto mais rápido, melhor. Resultado: o piso não dura, as folgas permitem a soltura das pedras, os buracos aparecem... E dizem que a culpa é do calçamento!
A foto acima mostra um trecho da então Avenida Central, com seus belos mosaicos. As fotos abaixo mostram uma comparação entre pedras bem e mal dispostas.
Um comentário:
Ler, também, o interessante artigo do arquiteto Cristovão Duarte, em:
http://cristovao1.wordpress.com/2009/05/03/pela-absolvicao-da-pedra-portuguesa-nas-nossas-cidades/
Carlos Henrique Brack
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