Desde, pelo menos, os anos 1950, na noite de 31 de dezembro, a praia de Copacabana era freqüentada por adeptos de cultos de origem africana, como candonblé e umbanda.
Vestidos de branco, reuniam-se, em pequenos grupos, cultuando seus rituais, cantando hinos e dançando. Lançavam, ao mar, flores e presentes para Iemanjá, como agradecimento das bençãos recebidas no ano que findava, e oravam por novas bençãos para o próximo. Eram comemorações quase silenciosas, cercadas de alguns curiosos que, respeitosamente, assistiam os ritos.
Em 1976, o Hotel Meridién inventou uma queima de fogos desde seu terraço. Esse evento acabou por repetir-se, e instituir a queima de fogos por vários hotéis e restaurantes da Avenida Atlântica.
Chegou, então, um prefeito que, em 1992, vislumbrou um potencial de marketing no evento e estragou tudo, transformando a respeitável festa em verdadeira baderna, com torres emitindo som em volume exagerado até alta madrugada, e atraindo milhões de pessoas que emporcalham toda orla. O prefeito conseguiu transformar a festa em um completo absurdo.
As fotos mostram, acima: oferendas a Iemanjá; e, abaixo: dois milhões de pessoas na areia.
A cerca de 10 km da entrada da barra, encontra-se a Ilha Rasa e seu conhecido farol que, à noite, exibe dois lampejos brancos e um vermelho visíveis da orla de Copacabana, Ipanema e Leblon.
Em virtude dos perigos que a entrada da Baía da Guanabara oferecia aos navegantes, o príncipe D.João atendendo a pedido da Junta de Comércio determinou, em 1812, a construção de um farol na Ilha Rasa. Entretanto, ele só seria inaugurado em 31 de julho de 1829.
A construção, de alvenaria, levantada por escravos, é quadrangular e tem 26m de altura, totalizando 110m acima do nível do mar. Exibia uma fogueira acesa, ao anoitecer, no topo da construção. Em 1883, o farol passou a ser operado por um sistema elétrico fornecido pela empresaMaison Soutter et Lemunier, substituído, em 1909, por outro, fabricado pela Maison Turenne. Em 1907, foi instalada, na ilha, um posto pluviométrico e, em 1909, uma estação radiotelegráfica. Em 1913 foi instalada uma buzina de cerração. O alcance atual do farol é de 25 milhas náuticas (46km).
A Marinha mantém uma guarnição na ilha. Hoje já há um heliponto, mas o abastecimento ainda é feito via marítima; não existe local para atracação, mas um pequeno guindaste auxilia o desembarque.
A ilha serviu de prisão não só para o catedrático José Oiticica, por ocasião da revolução de 1924, como recebeu prisioneiros durante o Estado Novo. Atualmente, é um lugar bastante procurado para mergulho, dada a variedade de ambientes: costões, lajes e grutas.
Nas fotos: o prédio do farol; um aspecto da ilha;e uma vista aérea.
As fotos mostram os postos de salvamento em diversas etapas de sua existência.
Os primeiros postos de salvamento surgiram ainda antes de 1910. Eram mastros que sustentavam pequenas plataformas onde permanecia um guarda-vida vigiando as pessoas que se banhavam. Nota-se, na foto, que a Avenida Atlântica era ainda a rua de serviço mandada abrir por Pereira Passos e que perdurou até seu primeiro alargamento, em 1918.
A segunda foto, de cerca de 1938, já mostra um posto de salvamento de concreto, embora dentro do mesmo espírito do anterior. Vê-se uma Avenida Atlântica já bastante ocupada por construções.
O terceiro modelo, que perdurou desde a década de 1940 até a de 1970, já era bem mais evoluído: dispunha de um bar, no térreo, e de um 'escritório' (com telefone) que se alcançava por uma escada. Dispunha, também, de um relógio que podia ser visto da praia.
Com o alargamento da avenida na década de 1970, em que o calçadão dos prédios estendeu-se e abarcou até a antiga calçada junto à areia, novos postos foram idealizados. O projeto de Sérgio Bernardes, mostrado na foto colorida, pretendia passar quase despercebido pela população, com uma mínima interferência na paisagem, embora dispusesse de banheiros e um chuveiro público sob o deque.
Durante a década de 1980 os postos passaram por um período de decadência. Encontravam-se depredados, os chuveiros já não funcionavam e os banheiros inutilizáveis quando a Prefeitura reformou-os, cercou-os com grades, e passou a cobrar pelo uso dos sanitários. Talvez para aliviar os custos, passou até a admitir publicidade, tornando visível o que pretendia ser quase imperceptível.
Circula, pela internet, um texto que afirma existir, em São Cristovão, uma rua chamada Pedro Ivo. Explica que quando estudantes foram tentar descobrir quem havia sido esse tal de Pedro Ivo, descobriram que, na verdade, a rua homenageava D.Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como Pedro IV. Um funcionário da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, havia acrescentado um "O" ao final. e o texto afirma: "O erro permanece até hoje. Acredite se quiser..."
Pois essa é uma história inventada. Conta-nos Brasil Gerson que essa rua em São Cristovão, na época da construção da casa da Marquesa de Santos, chamava-se Rua do Imperador. Com o fim da monarquia, os republicanos mais ardorosos mudaram seu nome para Pedro Ivo, homenageando o Capitão Pedro Ivo Veloso da Silveira, herói da Revolução Praieira,insurreição ocorrida em 1848, em Pernambuco, justamente contra o Imperador.
Hoje, a antiga Rua do Imperador chama-se Rua Pedro II. A casa da Marquesa de Santos é o Museu do 1º Reinado. E o herói pernambucano é homenageado em dois logradouros no Rio de Janeiro: a Rua Coronel Pedro Ivo, no Caju, e a Rua Pedro Ivo, na Cidade de Deus.
Ilustra o post o quadro "Museu do 1º Reinado" de J.Araujo.
Cinco interessantes fotos da evolução ocorrida, em cerca de 50 anos, na área entre a Praça da República, de um lado, e a estação Pedro II e o edifício do Exército, de outro.
A primeira foi tirada por Marc Ferrez, em 1894, durante os festejos do 5° aniversário da República e posse do Presidente Prudente de Morais. À esquerda, as árvores do parque; no centro, o Pavilhão da República (depois substituído por monumento a Benjamim Constant) e, à direita, o Quartel-General do Exército que viria a sofrer várias alterações ao longo do tempo. Ao fundo, mal se distingue a Estação Pedro II. É de se notar a quantidade de bondes passando em frente ao QG.
A segunda, do início do século XX, tirada da Estação Pedro II, mostra a parte fronteira ao quartel que seria ampliado e se tornaria Ministério da Guerra (hoje Comando Militar do Leste). Ao fundo, a Escola Rivadávia Correia (que continua no mesmo lugar) e, a seu lado, parcialmente encoberto pelas árvores, o prédio da Prefeitura que seria demolido para a construção da Av. Pres. Vargas. À direita as grades e o arvoredo da Praça da República.
A terceira foto, tirada nos anos 1930, mostra o já modificado Palácio do Ministério da Guerra, tendo à sua frente o monumento a Benjamin Constant (que hoje se encontra no centro na Praça da República). Nota-se, ainda, à esquerda, uma parada de bonde e um ônibus de dois andares que os cariocas apelidaram de "chope duplo".
A quarta foto, ainda na década de 1930, mostra novos prédios da EFCB e do Min. da Guerra (hoje Palácio Duque de Caxias), em construção por trás dos antigos.
Finalmente, na foto dos anos 1940, vê-se a Pres. Vargas e os prédios prontos. A avenida retirou uma respeitável fatia da Praça da República (veja post de 03out2007). Na época desta foto, a estátua eqüestre de Luiz Alves de Lima e Silva ainda não havia sido transferida do Largo do Machado, o que só ocorreria em 1949, para, com os restos mortais do patrono do Exército, constituir o Panteão de Caxias.
Tem um total de 28m de altura, e agulha de 11,4m, feito de granito extraído do Morro da Viúva. É obra do escultor Eduardo de Sá. Foi doado à cidade pela construtora da Av. Central, hoje Rio Branco, a empresa Januzzi & Irmão, quando da inauguração da Avenida.
O mar ficava próximo, o que pode ser observado na foto da ressaca. Hoje, está bastante afastado devido aos vários aterros feitos.
Exibe uma placa com os dizeres:"Sendo Presidente da República S.Excia. o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves eMinistro da Indústria, Viação e Obras Públicas o Exmo. Sr. Dr. Lauro Severiano Muller, foi decretada, construída e inaugurada a Avenida Central, executando os trabalhos a Comissão Construtora, tendo como engenheiro-chefe o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, 15 de novembro de 1902 - 15 de novembro de 1906".
Vitoriosa a Revolução de 1930, participantes gaúchos, cumprindo promessa feita, amarraram ali seus cavalos.
É de se notar que hoje, dois dos degraus desapareceram devido à construção de uma "ilha" em volta do monumento, o que pode ser visto nas fotos abaixo.
Quando da chegada da família real, em 1808, a cidade possuía 74 oratórios. Nichos que mantinham imagens e serviam como pontos de oração para os passantes. Como tinham, sempre, um candeeiro aceso, serviam de parca iluminação antes da instalação dos lampiões públicos _ o que só ocorreria em 1854.
Difícil é encontrar registros deles todos. Sabe-se dos que ficaram notáveis por uma ou outra razão. Havia um em veneração à sagrada família que, por ter uma imagem representando-a quando da fuga de Herodes, deu à via o nome de Rua do Egito. Logradouro que, após 1723, passou a chamar-se Rua daCarioca, quando converteu-se em acesso ao chafariz do Largo da Carioca.
Outro, no Arco do Teles, dedicado à NªSª dos Prazeres que, devido a acontecimentos ligados àpresença de prostitutas, foi demolido, e teve a imagem removida para a Igreja de Santo Antonio dos Pobres.
Parece que resistem, hoje, apenas dois desses oratórios, em seus locais tradicionais. Um é o dedicado à NªSª do Cabo da Boa Esperança. Está, desde 1763, na Rua do Carmo, nos fundos da Igreja da Ordem Terceira. Ainda que tombado pelo IPHAN, está coberto por tapumes há quase duas décadas. A foto no alto mostra esse oratório antes de ser oculto pelas tábuas. A imagem veio de um oratório que existiu no Morro do Castelo. Os marinheiros portugueses, que seguiam para o oriente, nas vésperas da partida vinham pedir proteção à Virgem para a travessia do sul da África. No regresso, iam agradecer o bom êxito da viagem.
O outro encontra-se na entrada do Mosteiro de Santo Antônio, no Largo da Carioca.
Há, ainda, o repositório em madeira com a imagem que ficava em um oratório na Rua do Ouvidor, origem da Irmandade e da Igreja da Lapa dos Mercadores. A relíquia é guardada na Sacristia e mostrada em ocasiões especiais. Pode-se ver, abaixo, uma foto dessa peça.
O Morro do Pão de Açúcar é um enorme bloco de granito, com 396m de altura, à entrada da Baía da Guanabara. Vieira Fazenda nos esclarece que seu nome provém dos blocos de açúcar que eram feitos em formas de barro cônicas para serem transportadas para a Europa.
Em 1907, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos teve a idéia de atingir o topo do morro por meio de um teleférico. Em 1910, obteve permissão da Prefeitura para construir, e explorar por 30 anos, um caminho aéreo que partindo da Praia Vermelha alcançasse o topo do Pão de Açúcar.
O primeiro trecho, até o morro da Urca (220m de altitude) foi inaugurado em outubro de 1912 e, apesar da festa e do foguetório, apenas alguns homens se arriscaram na subida até o alto do Morro da Urca. O trecho seguinte foi inaugurado em janeiro de 1913, e desta vez formaram-se filas para viajar pelo teleférico. O bondinho, capaz de transportar 23 passageiros, manteve o mesmo modelo por 60 anos. Em 1972, o bondinho de madeira foi substituído por outro, de plexiglass, com capacidade de 72 passageiros. (A foto mostra essas duas gerações)
Em 2002 foi realizada a troca dos cabos de sustentação dos quatro bondinhos.
Em 2008, nova mudança dos carros; desta vez mais arredondados, com música brasileira em som ambiental, e capacidade de apenas 60 passageiros, segundo os padrões europeus.
A visita obrigatória feita pelos turistas que visitam a cidade, só é feita por cariocas quando acompanhando parentes, ou amigos, que vivem em outras cidades. O mapa do Google mostra os dois trechos do caminho aéreo.
A história vem de longe: é atribuída a D. Manoel, o Venturoso, a idéia de pavimentar o piso em volta da Torre de Belém com seixos rolados. Após o terremoto de 1755, muitos portugueses desenharam estrelas em suas calçadas com esses seixos, como um talismã contra sismos. Mas o basalto negro e a calcita branca, formando figuras, teria sido empregada a primeira vez, em 1842, por iniciativa do governador de armas do castelo de São Jorge, e alcançou tamanho sucesso que trataram de cobrir os 8.712 metros quadrados do Rossio.
No Rio, Pereira Passos mandou vir pedras e calceteiros de Lisboa para pavimentar as calçadas da Av. Central, então em construção. Jazidas de basalto e calcita foram, mais tarde, encontradas nas cercanias da cidade e, além da avenida e da calçada de Copacabana, ambas obras do prefeito Pereira Passos, as chamadas pedras portuguesas se espalharam, não só pelo Rio como por outras cidades brasileiras.
Periodicamente ocorrem movimentos contra este tipo de calçamento; dizem que necessitam de muitos cuidados de manutenção; que facilmente se desfazem, dando origem a buracos; que são responsáveis por quedas de idosos; que seus interstícios quebram os saltos finos dos sapatos femininos...
Lembro-me de, quando criança, observar o trabalho dos calceteiros da época. Usavam um martelo especial, e quebravam cuidadosamente as pedras de forma a ajustá-las bem junto umas das outras; ou escolhiam, dentre várias, as que melhor se adaptassem, deixando mínimo o espaçamento entre elas.Um trabalho meticuloso e cheio de cuidados. Hoje, as pedras são colocadas de qualquer maneira, com largas folgas entre si; o martelo específico desapareceu, os operários das firmas ditas especializadas não ajustam as pedras, dispondo-as atabalhoadamente, e quanto mais rápido, melhor. Resultado: o piso não dura, as folgas permitem a soltura das pedras, os buracos aparecem... E dizem que a culpa é do calçamento!
A foto acima mostra um trecho da então Avenida Central, com seus belos mosaicos. As fotos abaixo mostram uma comparação entre pedras bem e mal dispostas.
Leia aqui o artigo do Prof. Cristovão Duarte sobre as pedras portuguesas
Esta fábrica, pertencente à Companhia de Fiação e Tecelagem Corcovado, foi fundada por José da Cruz, em 1889, em terras da antiga chácara de João Calhau. O estabelecimento ficava na atual Rua Jardim Botânico.
Na região, até então ocupada por chácaras e sitios, surgiram estabelecimentos fabris a partir da criação de linhas de bonde em 1871. Em 1884, a Companhia de Tecidos Carioca já havia se instalado junto ao Rio do Algodão, nas proximidades da atual Rua Pacheco Leão.
Durante a administração do Prefeito Carlos Sampaio (1920-1922) foram realizadas obras de saneamento na orla da Lagoa pelo sanitarista Saturnino de Brito, além da cessão de terrenos para a construção do Jockey Club Brasileiro.
A fábrica da Cia Corcovado encerrou suas atividades na década de 1940 e teve seu terreno desmembrado em lotes para a construção de moradias, já de população de maior poder aquisitivo que os operários.
A foto de Marc Ferrez mostra a fábrica como vista da fonte da saudade. Na foto do alto do Corcovado pode-se ver a fábrica, o Jardim Botânico, a Rua Pacheco Leão e a própria Rua Jardim Botânico.
Ficava na Rua Sá Ferreira, bem próximo à Av. Atlântica. Construído na década de 1930, apresentava acabamento bastante rebuscado, mas era muito elegante em seus traços.
Junto à calçada, ornada com mosaico em pedras portuguesas, um belo portão de ferro dava acesso a um pátio interno, com um tanque de carpas no centro, e de onde se avistavam os corredores que atendiam os apartamentos, andares acima.
Na pequena distância que o separava da Av. Atlântica, foi instalado um posto de serviços Texaco.
Foi demolido no final dos anos 1970, depois de alguns anos de decadência.
Acima temos uma vista do prédio; e abaixo, em foto da década de 1950, sua localização, tendo à frente o Hotel Miramar e, ao lado, o posto de serviço.
Em 1627, jesuítas se estabeleceram junto a uma aldeia de índios Temininós e construíram, a beira-mar, uma igreja dedicada a São Cristóvão. Graças ao embarcadouro construído pelos padres e sua proximidade do Caminho de São Cristóvão, que ligava o Rio de Janeiro aos engenhos de açúcar do interior, a região começou a desenvolver-se.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o governador da Província confiscou as terras e dividiu-as em quintas e sítios, dentre as quais, anos depois, veio a destacar-se a Quinta da Boa Vista que, adotada como Paço pelo Príncipe D. João, transformou a região em bairro nobre.
Desde então, foram feitos vários aterros, não só para eliminar alagadiços e mangues, como, mais tarde, para atender às necessidades do crescimento da cidade. O último deles parece ter sido a construção da Av. Brasil, que acabou por distanciar a igreja do mar em quase mil metros.
O postal mostra a igreja, em 1901, ainda a beira-mar, vendo-se canoas, na praia à sua frente, e um embarcadouro. No mapa do Google, abaixo, a cruz azul mostra a localização atual da igreja, e a distância que a separa do mar.
Foi no século XVII que a pedra ganhou o nome de Corcovado. Até então era conhecida como Pináculo da Tentação, designação que teria sido dada por Américo Vespucio, em 1502, como referência à passagem bíblica em que o diabo oferece, no alto de uma rocha, riquezas a Cristo.
Consta que D. Pedro Iatingiu o seu cume, a 704m de altitude, graças à abertura de uma trilha por ação de engenheiros militares chefiados pelo próprio imperador. Depois desta trilha inicial, o pico começou a ser freqüentado e o caminho, incrementado.
Uma estrada de ferro começou a ser construída em 1882. A primeira etapa, que ia do Cosme Velho às Paineiras, foi inaugurada em 1884 por Pedro II. O caminho de ferro foi concluído em 1885, com uma extensão de 3.800m, percorridos graças a uma locomotiva a carvão. No alto do morro havia sido construído um pavilhão, de cujo telhado cônico surgiu a designação dada pelos cariocas: chapéu de sol.
Consta que a idéia de ali construir um monumento religioso teria partido do padre Pedro Maria Boss, em visita à cidade em 1859. A idéia teria sido apoiada pela princesa Isabel, mas de nada resultou.
Em 1921, por ocasião dos preparativos para o centenário da independência, o cardeal Arcoverde retomou a idéia, como uma forma de demonstrar a presença do catolicismo no país, apesar de a República ter separado a Igreja do Estado, transformando-o em laico.
Em 4 de abril de 1922 é lançada a pedra fundamental do monumento; e, no ano seguinte, lançado um concurso para a escolha do monumento. Concorreram propostas de José Agostinho dos Reis, Adolfo Morales de los Rios e Heitor da Silva Costa que teve seu projeto escolhido. O desenho da estátua é de Carlos Oswald e sua execução ficou a cargo do escultor francês Paul M. Landowski. As obras foram iniciadas em 1926, e a inauguração ocorreu em 12 de outubro de 1931. O arranjo que faria com que a iluminação fosse acesa por Marconi, desde seu iate nas costas da Itália, falhou; mas o incidente foi contornado por Rinaldo Franco, da equipe do engenheiro Gustavo Corção, que acionou, à mão, o interruptor.
A estátua tem 30m de altura sobre um pedestal de 8m que contém uma capela. É coberta por um mosaico em pedra sabão. Elevadores e escadas rolantes foram instaladas em 2003 para conforto dos passageiros que desembarcam do trem com tração elétrica (desde 1909) que parte do Cosme Velho.
As fotos mostram: o topo do Corcovado, com detalhe do Chapéu de Sol em 1906 e vista do mirante. E, abaixo, ainda na década de 1930, onde se vê o pavilhão, às costas do Cristo.
Um belo par de estátuas, uma balaustrada ornada de luminárias e duas escadariasconstituem o monumento comemorativo do centenário da abertura dos portos, ocorrida por ato do Príncipe D.João, logo que chegou à Bahia em 1808. As estátuas são obra do escultor francês Eugène Bénet, inspiradas _dizem_ em obras da Place de la Concorde, em Paris.
Junto às estatuas, a avenida Beira Mar, aberta por Pereira Passos debruçava sua amurada sobre o mar, de há muito afastado por aterros. A figura de costas para o Flamengo representa o Comércio: é uma mulher sentada que segura com a mão esquerda o caduceu, e com a direita um escudo com o desenho de um ramo de loureiro. A de costas para o Largo do Russel segura uma cana de leme com a mão direita e uma âncora, com a esquerda, e simboliza a Navegação. Nos pedestais de granito a inscrição «Abertura dos portos - 28 de janeiro de 1808».
É de se notar que os festejos do centenário não se limitaram ao monumento, incluíram uma grande exposição na Praia Vermelha.
A foto colorizada é um postal do início do século, enquanto a colorida é recente, vendo-se o Hotel Glória, construído na década de 1920.
Belo prédio construído em 1928 na Av. Atlântica, esquina de Rua Constante Ramos, em terreno que ia até a Rua Domingos Ferreira. Seguiu o sugerido no plano Agache, ficando na metade posterior do terreno junto à Domingos Ferreira, mantendo no espaço fronteirojardins e pérgulas com mesas de um restaurante no térreo.
Com dez andares foi, durante algum tempo, um dos mais altos edifícios da orla. Infelizmente, na década de 1960, permitiram a construção no espaço, até então,non aedificandi, surgindo um prédio à sua frente que lhe roubou a vista do mar.
Passou muitos anos abandonado, provavelmente por ser propriedade de apenas um dono. Problemas legais impediram que o prédio fosse demolido. Finalmente, na década de 1990 acabou tendo sua situação normalizada e, depois de reformado, foi transformado em residência para idosos. Teve seu simpático nome de origem tupi substituído por uma verdadeira frase em língua estrangeira, supostamente para parecer 'elegante'.
A foto em P&B mostra o prédio em 1945, conforme publicado por Luiz D' em seu fotolog de 05/07/2005; a colorida, a situação atual, em que vemos sua fachada verdadeiramente emparedada.