quarta-feira, agosto 25, 2010

Padre José Maurício

José maurício Nunes Garcia (1767-1830) é considerado um dos maiores compositores das Américas da época em que o Brasil transitava da Colônia para o Império.

Filho de um branco com uma negra, desde muito cedo mostrou talento musical pois compôs sua primeira obra aos 16 anos de idade. Teria aprendido música com o musicista mineiro Salvador de Almeida Faria.

Aos 25 anos, é ordenado padre, e nomeado mestre-de-capela da Sé, que funcionava _à época_ na Igreja do Rosário. Além de tocar o órgão, Padre José Maurício dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da igreja.

Com a chegada da família Real, em 1808, e a transfêrencia da Sé para a Igreja do Carmo, Padre José Maurício é nomeado Mestre da Capela Real. No período entre 1808 e 1811 ele compõe cerca de setenta peças. Sinal da estima de D. João VI é sua inclusão na Ordem de Cristo.

Embora existisse preconceito contra ele, na Corte, compôs e regeu, na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, o réquiem que compôs em homenagem à Rainha D. Maria I quando de seu falecimento, em 1816, no Rio de Janeiro.

Os restos mortais do padre José Maurício repousam na Igreja da Irmandade da NªSª do Rosário dos Homens Pretos (Rua Uruguaiana, 77)(post)



quarta-feira, agosto 18, 2010

Escotismo (complemento)

As fotos mostram a placa comemorativa da fundação do “Centro de Boys Scouts do Brasil”, e a fachada da casa da Rua do Chichorro 13, ainda existente no Catumbi, mencionada no blog de 14/07/2010. Fotos enviadas por Ivo Korytowski, a quem agradeço a gentileza.



quarta-feira, agosto 11, 2010

Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa


Muitos pensam que a palavra lampadosa tem alguma relação com lâmpada mas, na verdade, refere-se à ilha de Lampadosa, no Mediterrâneo, entre a Sicilia e o norte da África. Uma imagem de Nª Sª do Rosário, trazida dessa ilha passou a ser conhecida por Nª Sª da Lampadosa e, contagiada pela semelhança, passou a ser, também, Nª Sª das Candeias.

Uma irmandade de homens de cor foi fundada em 1714, sob a designação de Venerável Confraria de Nossa Senhora da Lampadosa, tida como protetora dos escravos. Os confrades, que exerciam sua devoção na Igreja do Rosário, obtiveram, por doação, pequeno lote de terra, onde erigiram uma capela. A Confraria, com o passar dos tempos, veio a construir, em 1747, a igreja que, à época, chegou a dar nome à rua hoje designada Luiz de Camões.

Consta que à sua porta, teria Tiradentes assistido parte da missa, em seu caminho para a fôrca.

A construção que hoje se vê, na Av. Passos 15, data de 1936.

Nª Sª da Lampadosa é representada por uma jovem mãe, tendo à mão direita elevada à altura do ombro um coração, símbolo do amor, e no braço esquerdo sustenta Jesus-menino que, por sua vez, tem à mão direita uma pomba, representativa do Espírito Santo. Tais detalhes já não são vistos na imagem do frontão, que se vê, em detalhe, na foto.






quarta-feira, agosto 04, 2010

Araribóia e o protocolo


Conta-nos, Frei Vicente de Salvador em sua História do Brasil:

«Nomeado governador das capitanias do sul, havia chegado o dr. Antônio Salema ao Rio de Janeiro quando o foram visitar todas as autoridades e pessoas importantes. Entre estas, estava o chefe indígena Martim Afonso de Sousa, o Araribóia, o qual, ao assentar-se na presença do recém-chegado, foi logo pondo uma perna sobre a outra, conforme era seu costume. O dr. Salema estranhou aquela liberdade, e mandou que o intérprete o chamasse à ordem, dizendo-lhe que aquilo não era posição para tomar-se diante do governador, que era representante d' El-Rei.

Martim Afonso pôs-se de pé.

- Se tu souberas - retrucou com arrogância, os olhos fuzilando de cólera, - se tu souberas quão cansadas tenho as pernas das guerras em que servi a El-Rei, não estranharás dar-lhes agora este pequeno descanso; mas, já que me achas pouco cortesão, eu me vou para a minha aldeia,onde não curamos destas pequenas coisas, e não tornarei mais à tua corte! »