quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Arcos da Lapa

O aqueduto da Carioca, mais conhecido como Arcos da Lapa, foi construído pelo governador Ayres Saldanha, em 1723, para trazer água do rio Carioca até o Largo da Carioca, como solução para a falta d'água na cidade.

A construção, em estilo romano, tem 17,6m de altura e 270m de extensão com 42 arcos, e liga o Morro do Desterro (atualmente de Santa Teresa) ao Morro de Santo Antônio. O governador Gomes Freire _conde de Bobadela_ aumentou sua solidez com a reforma que promoveu em 1744. Ao tornar-se obsoleto, o aqueduto foi desativado. Em 1896, os arcos passaram a servir como viaduto para o acesso de bondes a Santa Teresa. É o único sistema de bondes ainda existente no Rio de Janeiro, e dá ao bairro aspecto peculiar e histórico.

A foto, do final do séc. XIX, mostra um bonde elétrico sobre os arcos, e outro, ainda puxado a burros, na Rua do Riachuelo.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Bica da Rainha


A rainha D. Maria I costumava beber as águas do Rio Carioca que vertiam de uma bica no Cosme Velho. Por esta razão, a bica passou a ser conhecida como "da Rainha". Dessas excursões é que dizem ter nascido a expressão Maria vai com as outras, já que a rainha, ensandecida, incapaz de deslocar-se desacompanhada, era rodeada por várias mucamas, a lhe pajear e guiar os passos.

Embora já seca, devido à ocupação das encostas, a "Bica da Rainha" ainda resiste, na Rua Cosme Velho, altura do número 381.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Água Mineral Salutaris

Quando era menino, o anúncio da água mineral Salutaris na encosta do Pasmado me fascinava. O painel, enorme, tinha uma animação feita a partir do acender e apagar de lâmpadas incandescentes. Para quem vinha, pela praia de Botafogo, em direção ao Mourisco, era um verdadeiro espetáculo: ao lado da palavra SALUTARIS formada por enormes letras, aparecia uma taça vazia e, sobre ela, uma garrafa. Em seguida, a garrafa passava a despejar água na taça até que ela se enchesse. Pausa. A água, extremamente gaseificada, ficava a soltar "bolinhas". Tudo se apagava, para reiniciar em seguida.

O prédio que se vê na foto (de 1949) é a Policlínica de Botafogo, que permanece no mesmo lugar, Av. Pasteur, 72.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Santo Antonio, o militar

Na portaria do convento (de 1620), situado no Largo da Carioca, há uma imagem de Santo Antônio de Lisboa, (também conhecido como Santo Antônio de Pádua).

Em 1710, quando os franceses, sob Duclerc, invadiram o Rio de Janeiro, e era iminente a sua conquista, o governador Francisco de Castro Moraes teria pedido a proteção do santo, mandando que o guardião do convento exibisse sua imagem no alto da frontaria do prédio. A vitória sobre os franceses foi atribuída ao auxílio dado pelo santo, razão porque o governador concedeu-lhe o posto de Capitão de Infantaria, com direito a soldo, pago ao convento.

A história comoveu D.João, que o promoveu a Sargento-Mor (Major) em 1810 e a Tenente-Coronel, em 1813. As promoções se deram pelos Decretos de 14/jul/1810 e de 25/nov/1814, expedidos por Cartas Régias, com a rubrica do Príncipe Regente D.João, futuro D.João VI.

Somente em 1910, o Exército desengajou o santo e suspendeu o pagamento.