quarta-feira, outubro 29, 2008

Obelisco da Av. Rio Branco

Tem um total de 28m de altura, e agulha de 11,4m, feito de granito extraído do Morro da Viúva. É obra do escultor Eduardo de Sá. Foi doado à cidade pela construtora da Av. Central, hoje Rio Branco, a empresa Januzzi & Irmão, quando da inauguração da Avenida.

O mar ficava próximo, o que pode ser observado na foto da ressaca. Hoje, está bastante afastado devido aos vários aterros feitos.

Exibe uma placa com os dizeres:"Sendo Presidente da República S.Excia. o Sr. Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves e Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas o Exmo. Sr. Dr. Lauro Severiano Muller, foi decretada, construída e inaugurada a Avenida Central, executando os trabalhos a Comissão Construtora, tendo como engenheiro-chefe o Dr. André Gustavo Paulo de Frontin, 15 de novembro de 1902 - 15 de novembro de 1906".

Vitoriosa a Revolução de 1930, participantes gaúchos, cumprindo promessa feita, amarraram ali seus cavalos.

É de se notar que hoje, dois dos degraus desapareceram devido à construção de uma "ilha" em volta do monumento, o que pode ser visto nas fotos abaixo.



quarta-feira, outubro 22, 2008

Oratórios

Quando da chegada da família real, em 1808, a cidade possuía 74 oratórios. Nichos que mantinham imagens e serviam como pontos de oração para os passantes. Como tinham, sempre, um candeeiro aceso, serviam de parca iluminação antes da instalação dos lampiões públicos _ o que só ocorreria em 1854.

Difícil é encontrar registros deles todos. Sabe-se dos que ficaram notáveis por uma ou outra razão. Havia um em veneração à sagrada família que, por ter uma imagem representando-a quando da fuga de Herodes, deu à via o nome de Rua do Egito. Logradouro que, após 1723, passou a chamar-se Rua da Carioca, quando converteu-se em acesso ao chafariz do Largo da Carioca.

Outro, no Arco do Teles, dedicado à NªSª dos Prazeres que, devido a acontecimentos ligados à presença de prostitutas, foi demolido, e teve a imagem removida para a Igreja de Santo Antonio dos Pobres.

Parece que resistem, hoje, apenas dois desses oratórios, em seus locais tradicionais. Um é o dedicado à NªSª do Cabo da Boa Esperança. Está, desde 1763, na Rua do Carmo, nos fundos da Igreja da Ordem Terceira. Ainda que tombado pelo IPHAN, está coberto por tapumes há quase duas décadas. A foto no alto mostra esse oratório antes de ser oculto pelas tábuas. A imagem veio de um oratório que existiu no Morro do Castelo. Os marinheiros portugueses, que seguiam para o oriente, nas vésperas da partida vinham pedir proteção à Virgem para a travessia do sul da África. No regresso, iam agradecer o bom êxito da viagem.

O outro encontra-se na entrada do Mosteiro de Santo Antônio, no Largo da Carioca.

Há, ainda, o repositório em madeira com a imagem que ficava em um oratório na Rua do Ouvidor, origem da Irmandade e da Igreja da Lapa dos Mercadores. A relíquia é guardada na Sacristia e mostrada em ocasiões especiais. Pode-se ver, abaixo, uma foto dessa peça.



quarta-feira, outubro 15, 2008

Caminho Aéreo do Pão de Açucar

O Morro do Pão de Açúcar é um enorme bloco de granito, com 396m de altura, à entrada da Baía da Guanabara. Vieira Fazenda nos esclarece que seu nome provém dos blocos de açúcar que eram feitos em formas de barro cônicas para serem transportadas para a Europa.

Em 1907, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos teve a idéia de atingir o topo do morro por meio de um teleférico. Em 1910, obteve permissão da Prefeitura para construir, e explorar por 30 anos, um caminho aéreo que partindo da Praia Vermelha alcançasse o topo do Pão de Açúcar.

O primeiro trecho, até o morro da Urca (220m de altitude) foi inaugurado em outubro de 1912 e, apesar da festa e do foguetório, apenas alguns homens se arriscaram na subida até o alto do Morro da Urca. O trecho seguinte foi inaugurado em janeiro de 1913, e desta vez formaram-se filas para viajar pelo teleférico. O bondinho, capaz de transportar 23 passageiros, manteve o mesmo modelo por 60 anos. Em 1972, o bondinho de madeira foi substituído por outro, de plexiglass, com capacidade de 72 passageiros. (A foto mostra essas duas gerações)

Em 2002 foi realizada a troca dos cabos de sustentação dos quatro bondinhos.

Em 2008, nova mudança dos carros; desta vez mais arredondados, com música brasileira em som ambiental, e capacidade de apenas 60 passageiros, segundo os padrões europeus.

A visita obrigatória feita pelos turistas que visitam a cidade, só é feita por cariocas quando acompanhando parentes, ou amigos, que vivem em outras cidades. O mapa do Google mostra os dois trechos do caminho aéreo.



quarta-feira, outubro 08, 2008

Pedras Portuguesas

A história vem de longe: é atribuída a D. Manoel, o Venturoso, a idéia de pavimentar o piso em volta da Torre de Belém com seixos rolados. Após o terremoto de 1755, muitos portugueses desenharam estrelas em suas calçadas com esses seixos, como um talismã contra sismos. Mas o basalto negro e a calcita branca, formando figuras, teria sido empregada a primeira vez, em 1842, por iniciativa do governador de armas do castelo de São Jorge, e alcançou tamanho sucesso que trataram de cobrir os 8.712 metros quadrados do Rossio.

No Rio, Pereira Passos mandou vir pedras e calceteiros de Lisboa para pavimentar as calçadas da Av. Central, então em construção. Jazidas de basalto e calcita foram, mais tarde, encontradas nas cercanias da cidade e, além da avenida e da calçada de Copacabana, ambas obras do prefeito Pereira Passos, as chamadas pedras portuguesas se espalharam, não só pelo Rio como por outras cidades brasileiras.

Periodicamente ocorrem movimentos contra este tipo de calçamento; dizem que necessitam de muitos cuidados de manutenção; que facilmente se desfazem, dando origem a buracos; que são responsáveis por quedas de idosos; que seus interstícios quebram os saltos finos dos sapatos femininos...

Lembro-me de, quando criança, observar o trabalho dos calceteiros da época. Usavam um martelo especial, e quebravam cuidadosamente as pedras de forma a ajustá-las bem junto umas das outras; ou escolhiam, dentre várias, as que melhor se adaptassem, deixando mínimo o espaçamento entre elas. Um trabalho meticuloso e cheio de cuidados. Hoje, as pedras são colocadas de qualquer maneira, com largas folgas entre si; o martelo específico desapareceu, os operários das firmas ditas especializadas não ajustam as pedras, dispondo-as atabalhoadamente, e quanto mais rápido, melhor. Resultado: o piso não dura, as folgas permitem a soltura das pedras, os buracos aparecem... E dizem que a culpa é do calçamento!

A foto acima mostra um trecho da então Avenida Central, com seus belos mosaicos. As fotos abaixo mostram uma comparação entre pedras bem e mal dispostas.



Leia aqui o artigo do Prof. Cristovão Duarte sobre as pedras portuguesas

quarta-feira, outubro 01, 2008

Fábrica Corcovado


Esta fábrica, pertencente à Companhia de Fiação e Tecelagem Corcovado, foi fundada por José da Cruz, em 1889, em terras da antiga chácara de João Calhau. O estabelecimento ficava na atual Rua Jardim Botânico.

Na região, até então ocupada por chácaras e sitios, surgiram estabelecimentos fabris a partir da criação de linhas de bonde em 1871. Em 1884, a Companhia de Tecidos Carioca já havia se instalado junto ao Rio do Algodão, nas proximidades da atual Rua Pacheco Leão.

Durante a administração do Prefeito Carlos Sampaio (1920-1922) foram realizadas obras de saneamento na orla da Lagoa pelo sanitarista Saturnino de Brito, além da cessão de terrenos para a construção do Jockey Club Brasileiro.

A fábrica da Cia Corcovado encerrou suas atividades na década de 1940 e teve seu terreno desmembrado em lotes para a construção de moradias, já de população de maior poder aquisitivo que os operários.

A foto de Marc Ferrez mostra a fábrica como vista da fonte da saudade. Na foto do alto do Corcovado pode-se ver a fábrica, o Jardim Botânico, a Rua Pacheco Leão e a própria Rua Jardim Botânico.