quarta-feira, dezembro 29, 2010

O Rio de Janeieo em 1750

Vemos uma reprodução de uma carta topográfica do Rio de Janeiro em 1750.

É bom lembrar que, à época, a capital brasileira ainda era Salvador (seria transferida para o Rio em 1763). Reinava em Portugal D. José I, tendo como 1ºMinistro o Marquês de Pombal, que viria a expulsar os jesuítas das terras portuguesas em 1759, depois de decretar a Derrama em 1765.

A cidade já tinha descido do Morro do Castelo, que aparece à esquerda. Vê-se, nitidamente a Ponta do Calabouço. A descida mais à direita _ Ladeira do Colégio_ vai dar na Rua por detrás do Carmo (hoje, Rua do Carmo).

Vê-se que a atual Rua Sete de Setembro vai apenas até a Rua do Carmo, estando diferenciados, no desenho, não apenas a Igreja do Carmo como o atual Paço.

A Rua Direita (hoje, Primeiro de Março) é a mais larga e vai diretamente desde o Morro do Castelo ao de São Bento (daí seu nome de Rua Direita), tendo assinalados, o Convento e a Igreja.

A atual Praça XV era um largo entre a Igreja do Carmo e o Mar; a praia seria substituída por um cais, mais tarde chamado de Cais Pharoux.

Note-se que a Ilha das Cobras era habitada.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

O casamento da Princesa Isabel


No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a herdeira do trono do Brasil e o Conde d’Eu, filho do Duque de Nemours, da França.

O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente.

Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa.

A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos.

Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja.

Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa.

Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades.

Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.

E o povo comemorou, até altas horas, o acontecimento.

A foto mostra o Largo do Paço durante a festividade.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

A Águia ... e o Tico Tico



Constâncio Alves - Revista da Academia Brasileira de Letras, n° 39, pág. 243.

Ruy Barbosa era um espírito faminto de leituras. Lia tudo. Passava pelos olhos todos os jornais do Rio, quase todas as revistas, e não dispensava à cabeceira, para conciliar o sono, um romance policial.

Certa vez, em conversa com Constâncio Alves, citou o grande publicista um conto infantil, que lhe havia despertado interesse.

- Onde V. Excia. o leu? - teria indagado Constâncio.

E o mestre:

- Não estou certo; creio, porém, que foi no Tico-Tico...





quarta-feira, dezembro 08, 2010

Rua Real Grandeza

A foto de Malta mostra o trecho final da Rua Real Grandeza, aberta, desde a Rua Berquó (atual General Polidoro), por iniciativa do botafoguense José Martins Barroso.

Em 1855, o citado José Martins Barroso liderou um abaixo-assinado à Câmara para que se construísse através de terrenos, a maior parte de sua propriedade, uma via que atingisse Copacabana. A Câmara cedeu escravos do município, aos quais se deveria prover, não apenas das ferramentas necessárias, como de alimentação.

Dessa forma surgiu a Ladeira do Barroso _hoje Tabajaras_ e a Rua Barroso que, em 1930, teria seu nome mudado para Rua Siqueira Campos, em homenagem ao chefe dos revoltosos dos “dezoito do Forte” que enfrentaram as tropas legalistas nas areias em frente à esquina dessa rua.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Respeito à Etiqueta

Conta-nos J.M. de Macedo a seguinte história:

O Dr. Antônio Ferreira França, que foi deputado geral pela Bahia em quatro legislaturas, entre 1823 e 1837, era não só um dos oradores mais espirituosos da Câmara como um dos médicos mais ilustres do seu tempo. Sentindo-se Pedro I doente, ordenou que chamassem o médico baiano, o qual compareceu prontamente. No correr da visita, o imperial enfermo sentiu sede, e o Dr. França, que nada entendia da etiqueta da Corte, encheu um copo de água, e ia dar-lhe, quando um dos camaristas o deteve, brusco, dizendo-lhe que não lhe cabia aquela honra, que só a ele competia dar água ao Imperador. O Dr. Ferreira desculpou-se quanto pôde e, voltando ao Paço no dia seguinte, sucedeu que estando sozinho com o monarca, este manifestasse desejo de verter água. O "criado-mudo" estava ao alcance da mão, mas o Dr. França resolveu vingar-se; correu à porta do quarto, abriu-a, e, a mão em concha, gritou para o corredor:

- Quem é o do vaso?!... Venha quem é o do vaso!...

quarta-feira, novembro 24, 2010

Estátua de Osório



A foto, de 1894, mostra a inauguração da estátua do General Osório, Marquês do Herval, na atual Praça XV. A obra é de Rodolfo Bernardelli.

Ao fundo, pode-se ver parte do Convento do Carmo, a antiga torre sineira e a igreja de Na. Sa. do Carmo (nesta época, a Catedral da Cidade) e, finalmente, a igreja da Ordem Terceira do Carmo.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Quartel dos Bombeiros do Humaitá

Um século é o tempo que separa as duas fotos do Quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá. A foto P&B é de 1910; a colorida, de 2010.



quarta-feira, novembro 10, 2010

O castigo de João Homem


Conta-nos Moreira de Azevedo em "Mosaico Brasileiro", pág. 26:

Assistia o vice-rei Conde da Cunha ao desembarque de materiais para a construção da casa de armas no morro da Conceição, quando avistou em uma janela, ao alto, um homem envolvido em vasto camisão, tendo na cabeça um grande barrete de cassa branca com babados.
- Quem é aquele sujeito? - perguntou o Vice-rei a um indivíduo que estava a seu lado.
- É o capitão João Homem Pereira.
- Vá buscá-lo e traga-me assim como está vestido.
Compareceu o capitão João Homem.
- Está vossa mercê na sua janela a divertir-se vendo o vice-rei trabalhar, não é assim? - gritou-lhe o Conde.
- Senhor...
- Pois carregue tijolo, que eu também estou servindo a el-rei nosso senhor.
E o capitão João Homem, cujo nome é guardado por uma das ladeiras do morro da Conceição, teve de entrar mesmo em serviço, carregando tijolos até tarde do dia, vestindo camisão e barrete de dormir.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Rua Rodolfo Dantas


Na foto, de Malta, vê-se a abertura da Rua Rodolfo Dantas, em 1928, desde a Rua Barata Ribeiro. Nota-se, ao fundo, o prédio do Copacabana Palace; é de se observar o morro do Inhangá que chega próximo à rua. Na Barata Ribeiro vêem-se os trilhos do bonde e um canteiro central.

Rodolfo Dantas era filho do Conselheiro Souza Dantas; nasceu na Bahia em 1854, formou-se em Direito no Recife, entrou para a Câmara em 1878, foi Ministro da Justiça do Gabinete Martinho de Campos, em 1882. Afastou-se da política e, em 1891, com Joaquim Nabuco, fundou o Jornal do Brasil. Faleceu em 1901.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Oferenda

O monumento art déco atualmente diante da Igreja da Candelária, é um bronze de Humberto Cozzo intitulado “Oferenda”.

A peça foi encomendada, em 1934, pelo Prefeito Pedro Ernesto, para ficar sobre a ventilação do Theatro Municipal, que ficava em frente ao Theatro, como se pode ver na foto.

Em 1950, foi para o Largo da Glória, em substituição à Fonte dos Amores (ou Fonte Adriano Ramos Pinto) transferida para e entrada de Botafogo do Túnel Novo.

Foi retirada da Glória, em 1975, devido às obras do Metrô e guardada em um depósito da Prefeitura.

Apenas em 1988, durante a administração do Prefeito Saturnino Braga, foi a estátua instalada na praça fronteira à entrada da Candelária.








quarta-feira, outubro 20, 2010

Igreja de Nossa Senhora da Penha


Originou-se de capela construída em 1635 pelo português Baltazar de Abreu Cardoso em suas terras. Consta que ele subia a pedra para ver, do alto, suas plantações, quando foi surpreendido por uma enorme cobra. Ao invocar Nossa Senhora, apareceu um lagarto que atacou a cobra. Grato à intervenção, construiu uma pequena igrejinha.

Mais tarde, doou todas as suas terras à Virgem Maria, surgindo, em 1728, a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha que construiu uma nova igreja, com torre e sinos, no lugar da igrejinha inicial. Em 1870, foi construída uma nova igreja ampliada em 1900, quando ganhou duas torres que passariam a abrigar um carrilhão vindo de Portugal e inaugurado em 1925.

A igreja fica no alto de um penhasco, ao topo de uma escada de 382 degraus escavados na rocha por iniciativa de um casal que recebeu, em 1819, uma graça. Muitos fieis a sobem de joelhos, em pagamento de promessas. Hoje, é um santuário muito freqüentado, principalmente no mês de outubro.

O interior da igreja é bastante simples, apenas um altar na capela-mor com a imagem da padroeira. A Igreja foi tombada pelo Município, em 1990.

As fotos mostram a igreja em 1920, na atualidade (vendo-se, ao fundo o Aeroporto do Galeão) e o povo na escadaria em uma das festas.







quarta-feira, outubro 13, 2010

Marco da Av. Atlântica

Quando, em 1910, a Avenida Atlântica foi alargada para 12 metros, erigiu-se, em comemoração, um obelisco de granito com letras de bronze, no canteiro central que separava as pistas de rolamento.

Na década de 1930, quando os canteiros centrais foram eliminados e os postes, ali existentes, passaram para a calçada junto aos prédios, o obelisco, até então localizado na altura da Rua Almirante Gonçalves, foi transferido para a Praça Júlio de Noronha, onde ainda se encontra. Devido ao vandalismo que grassa na cidade, inúmeras letras foram retiradas, tornando quase impossível distinguir os dados e a data da obra de alargamento..

O obelisco é rusticamente cortado de uma pedra de granito, do mesmo granito de que foi feita a muralha que primitivamente separava a areia das calçadas.

As fotos mostram o obelisco em seu lugar inicial, o trecho da Avenida onde esteve localizado e. finalmente, na Praça Júlio de Noronha, no Leme, onde hoje se encontra.








quarta-feira, outubro 06, 2010

Casa Cavé



Fundada em 1860 pelo francês Charles Auguste Cavé, é a mais antiga das confeitarias da cidade.
A Casa Cavé, como é popularmente conhecida, fica na Rua Sete de Setembro, na esquina da Rua Uruguaiana.
Havia, também, outra confeitaria, chamada Lalet que foi fechada quando a dona, uma senhora francesa, faleceu. Devia ficar ali por perto, porque eu ouvia, em criança, o jogo de palavras: “Quem vem de lá lê: quem vem de cá vê”, brincadeira com o nome das duas confeitarias muito famosas, à época, na cidade, além da Colombo, nascida em 1894.
As fotos a mostram no início do século passado e atualmente, quando exibe em suas janelas retratos de pessoas que chama de ícones da identidade carioca e cujas bigrafias resumidas encontram-se em um quadro, no interior da loja: Machado de Assis (1839-1908), Antonieta Fleury (1900-1992), José do Patrocínio (1853-1905), Pedro II (1825-1891), Oswaldo Cruz (1872-1917), Princesa Isabel (1846-1921), Olavo Bilac (1865-1918), e Ruy Barbosa (1849-1923), da esquerda para a direita.





quarta-feira, setembro 29, 2010

Casarões em Botafogo




Botafogo é um bairro ainda cheio de casarões. Não me refiro àquelas moradias em terrenos com a extensão de verdadeiras chácaras, como a Casa de Ruy Barbosa, as antigas embaixadas do Reino Unido e dos EUA, e várias outras.

Refiro-me a casas enormes que ocupam quase todo o terreno, e que não mostram mais a majestade que ostentavam em tempos passados, seja porque se viram envolvidas por prédios de muitos andares, seja porque a via pública, outrora bucólica e pacata, transformou-se em artéria de grande movimento e azáfama.

Como exemplo, as três casas fotografas por Malta, certamente no início do século XX. Hoje, além de reduzidas a duas, uma delas está pintada de cor de abóbora, talvez numa tentativa de não “desaparecer” no meio das construções.

Mesmo descontada a qualidade do fotógrafo, vê-se que as casas perderam muito de majestade e nobreza.

Localizam-se na esquina da Rua Dona Mariana com a Voluntários da Pátria.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Lagoa Rodrigo de Freitas




A foto que ilustra este post é uma interessante vista aérea da Lagoa Rodrigo de Freitas por volta de 1936. Para comparação, mapa do Google que mostra o mesmo trecho nos dias de hoje.

Na região que vai do Clube dos Caiçaras, junto ao canal do Jardim de Alah, até a Ilha do Piraquê, onde fica o Departamento Esportivo do Clube Naval, pode-se notar que já estava delineado até onde iria o aterramento, junto ao Caiçaras; na margem, a favela conhecida como da Praia do Pinto (onde hoje está a quadra chamada "selva de pedra", nome tomado de uma novela da TV Globo). O campo do Flamengo ficava bem junto à Lagoa; e não era raro as bolas irem parar dentro da Lagoa...

Vejam, ainda, que faltam pistas ao Joquei Clube, e tanto a Ilha do Piraquê quanto a do Caiçaras eram bem menores, bem antes de terem crescido muito graças a aterros proporcionados, inclusive, pelo entulho resultante da construção do Túnel Rebouças (1962-1967).

O trecho do bairro Jardim Botânico entre o Joquei e o Morro da Saudade ainda bastante ralo de moradias. As instalações da Hípica e do Clube Militar ainda a construir.

A margem desde a Curva do Calombo até o Corte de Cantagalo muito pouco habitado, até pela favela que cresceria onde hoje está o Parque da Catacumba que herdou o nome da favela removida.

A impressionante a redução da área da Lagoa pode ser observado, comparando-se a foto com o mapa.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Morrotes do Inhangá

Na foto, obtida por volta de 1920 do alto do Morro do Cantagalo, vê-se bem a nítida separação que as elevações do Inhangá provocava no extenso areal que ia do Morro do Leme às pedras onde ficava a igrejinha com a imagem de Na Sa de Copacabana.

Por esta razão, a ladeira, primeiro dos acessos às praias ao sul da cidade, foi chamada de Ladeira do Leme, nome que ainda conserva, embora a área hoje chamada de Leme seja bem menor, entre a Av. Princesa Isabel ao Morro do Vigia.

Dos três morrotes mostrados, apenas o mais afastado do mar permanece. É cortado, em arco, pela Rua General Barbosa Lima (a que se tem acesso pela Rua Barata Ribeiro, em frente à Praça Cardeal Arcoverde). O morrete adjacente foi cortado para permitir a continuidade da Av. Na Sa de Copacabana, restando um resíduo que se encontra cercado pelos prédios da Av. Copacabana, Rua Fernado Mendes, Av. Atlântica e Rua República do Perú. O terceiro morrete teve parte demolida para a construção da piscina do Copacabana, e o restante posto abaixo, na década de 1950, para a construção do grupo de 3 edifícios: Chopin, Prelúdio e Balada.

A foto abaixo, de 1948, mostra os três morrotes já bem separados pelas vias públicas. À direita, a Rua Gen. Barbosa Lima, subindo o morrote maior. À esquerda, junto ao Copacabana Palace, o restante do morrote que seria retirado para a construção dos edifícios Chopin, Prelúdio e Balada. Na parte superior da foto o morrote nos fundos de casas da Av. Copacabana, hoje cercada de edifícios.

Finalmente, outra vista, da década de 1950, quando o grupo de edifícios era construído, ao lado do Copacabana Palace.










quarta-feira, setembro 08, 2010

Praia e Pedra do Anel


O postal acima, que reproduz fotografia do inicio do século passado, mostra alguns amigos na chamada Praia do Anel. Na extremidade direita pode-se ver parte da Pedra do Anel.

Esses locais são bem pouco conhecidos, embora tenham sido mostrados no início da apresentação da novela Páginas da Vida. Ficam na encosta do Morro do Leme (antigamente chamado de Morro do Vigia), pois mesmo antes do Forte Duque de Caxias, havia guarnições militares guardando a entrada da Baía da Guanabara.

Figura, também, em Decreto da Prefeitura (de Nº 9.779, de 12/11/1990) que declara Área de Proteção Ambiental o conjunto natural constituída pelo Morro do Leme (ou Pedra do Leme), Morro do Urubu, Pedra do Anel, Praia do Anel e Ilha do Cotunduba, situados nos bairros da Urca e do Leme. (ver Dec.)

As áreas que compõem a APA podem ser vistas na reprodução do mapa de Google na imagem abaixo.



quarta-feira, setembro 01, 2010

Duna em Copacabana

A foto, da década de 1920, mostra a última das dunas ocupadas na região de Copacabana/Ipanema. É a enorme área branca limitada pelas ruas Gomes Carneiro, Bulhões de Carvalho e Rainha Elisabeth.

A Praça General Osório aparece dividida em quatro quadrados arborizados junto à margem superior do quadro, visível, também, a Rua Teixeira de Melo. Do outro lado da Praça, a Rua Jangadeiros, que se inicia na Rua Gomes Carneiro.

Um pedacinho da Rua Caning aparece, junto à Rainha Elisabeth, tendo em seus fundos o extenso areal. Seguem-se a Bulhões de Carvalho, que forma um ângulo com a Conselheiro Lafaiete; a Raul Pompéia e, finalmente, a Av Copacabana, já no limite inferior da foto.

Em Ipanema, vê-se, a extensa vegetação nas areias e, claramente, a Av. Viera Souto e suas paralelas, a Prudente de Morais e a Visconde de Pirajá.

Os nomes dados às ruas são os atuais, para que possam ser facilmente identificadas.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Padre José Maurício

José maurício Nunes Garcia (1767-1830) é considerado um dos maiores compositores das Américas da época em que o Brasil transitava da Colônia para o Império.

Filho de um branco com uma negra, desde muito cedo mostrou talento musical pois compôs sua primeira obra aos 16 anos de idade. Teria aprendido música com o musicista mineiro Salvador de Almeida Faria.

Aos 25 anos, é ordenado padre, e nomeado mestre-de-capela da Sé, que funcionava _à época_ na Igreja do Rosário. Além de tocar o órgão, Padre José Maurício dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da igreja.

Com a chegada da família Real, em 1808, e a transfêrencia da Sé para a Igreja do Carmo, Padre José Maurício é nomeado Mestre da Capela Real. No período entre 1808 e 1811 ele compõe cerca de setenta peças. Sinal da estima de D. João VI é sua inclusão na Ordem de Cristo.

Embora existisse preconceito contra ele, na Corte, compôs e regeu, na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, o réquiem que compôs em homenagem à Rainha D. Maria I quando de seu falecimento, em 1816, no Rio de Janeiro.

Os restos mortais do padre José Maurício repousam na Igreja da Irmandade da NªSª do Rosário dos Homens Pretos (Rua Uruguaiana, 77)(post)



quarta-feira, agosto 18, 2010

Escotismo (complemento)

As fotos mostram a placa comemorativa da fundação do “Centro de Boys Scouts do Brasil”, e a fachada da casa da Rua do Chichorro 13, ainda existente no Catumbi, mencionada no blog de 14/07/2010. Fotos enviadas por Ivo Korytowski, a quem agradeço a gentileza.



quarta-feira, agosto 11, 2010

Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa


Muitos pensam que a palavra lampadosa tem alguma relação com lâmpada mas, na verdade, refere-se à ilha de Lampadosa, no Mediterrâneo, entre a Sicilia e o norte da África. Uma imagem de Nª Sª do Rosário, trazida dessa ilha passou a ser conhecida por Nª Sª da Lampadosa e, contagiada pela semelhança, passou a ser, também, Nª Sª das Candeias.

Uma irmandade de homens de cor foi fundada em 1714, sob a designação de Venerável Confraria de Nossa Senhora da Lampadosa, tida como protetora dos escravos. Os confrades, que exerciam sua devoção na Igreja do Rosário, obtiveram, por doação, pequeno lote de terra, onde erigiram uma capela. A Confraria, com o passar dos tempos, veio a construir, em 1747, a igreja que, à época, chegou a dar nome à rua hoje designada Luiz de Camões.

Consta que à sua porta, teria Tiradentes assistido parte da missa, em seu caminho para a fôrca.

A construção que hoje se vê, na Av. Passos 15, data de 1936.

Nª Sª da Lampadosa é representada por uma jovem mãe, tendo à mão direita elevada à altura do ombro um coração, símbolo do amor, e no braço esquerdo sustenta Jesus-menino que, por sua vez, tem à mão direita uma pomba, representativa do Espírito Santo. Tais detalhes já não são vistos na imagem do frontão, que se vê, em detalhe, na foto.






quarta-feira, agosto 04, 2010

Araribóia e o protocolo


Conta-nos, Frei Vicente de Salvador em sua História do Brasil:

«Nomeado governador das capitanias do sul, havia chegado o dr. Antônio Salema ao Rio de Janeiro quando o foram visitar todas as autoridades e pessoas importantes. Entre estas, estava o chefe indígena Martim Afonso de Sousa, o Araribóia, o qual, ao assentar-se na presença do recém-chegado, foi logo pondo uma perna sobre a outra, conforme era seu costume. O dr. Salema estranhou aquela liberdade, e mandou que o intérprete o chamasse à ordem, dizendo-lhe que aquilo não era posição para tomar-se diante do governador, que era representante d' El-Rei.

Martim Afonso pôs-se de pé.

- Se tu souberas - retrucou com arrogância, os olhos fuzilando de cólera, - se tu souberas quão cansadas tenho as pernas das guerras em que servi a El-Rei, não estranharás dar-lhes agora este pequeno descanso; mas, já que me achas pouco cortesão, eu me vou para a minha aldeia,onde não curamos destas pequenas coisas, e não tornarei mais à tua corte! »

quarta-feira, julho 28, 2010

Largo do Guimarães


O Morro do Desterro, chamado de Santa Teresa após o estabelecimento, ali, do Convento das Carmelitas (1750), era formado de chácaras que foram loteadas, a partir de 1828, com o propósito de urbanizar o local.

Pois o Largo do Guimarães, formado em 1857, está onde ficava a chácara pertencente a João Joaquim Marques de Castro, vendida em 1856, para Joaquim Fonseca Guimarães & Cia. Um dos acessos ao bairro era feito pela ladeira do Castro, que ligava a Rua Mata-Cavalos (atual Riachuelo) ao Largo do Guimarães.

Cruzando o morro de Santa Teresa, a pequena trilha que acompanhava os canos do Aqueduto da Carioca tornou-se, mais tarde, a Rua do Aqueduto, atualmente Almirante Alexandrino, uma das ruas que forma o Largo; as outras são Rua Paschoal Carlos Magno, e a citada Ladeira do Castro.

Em suas cercanias há inúmeros bares e restaurantes, além de brechós e lojas de artesanato, o que o tornou o point do bairro.

A linha de bonde que vai da Carioca ao Largo, custa apenas R$0,60 (sessenta centavos de Real), pagos no guichê junto ao prédio da Petrobrás. O regresso, outros 60 centavos pagos, desta vez, ao condutor. (Note que quem conduz o bonde é o motorneiro; o condutor é quem cobra a passagem.)

As fotos mostram as mesmas vistas no início do século passado e hoje. Nota-se que pouca coisa mudou no aspecto do Largo.






quarta-feira, julho 21, 2010

J Carlos




J. Carlos, desenhista e ilustrador, nasceu José Carlos de Brito e Cunha, no bairro de Botafogo, aos 18 de junho de 1884. É considerado um dos maiores chargistas e desenhistas de nossa imprensa. Faleceu em 2 de outubro de 1950, deixando uma vasta obra em mais de cem mil desenhos.

Aos 18 anos, começou sua carreira na revista Tagarela. Em pouco tempo estava em atividade em várias publicações como A Avenida, a Careta, O Malho, e Para Todos. Com um traço característico, representou vários tipos e a vida carioca de forma leve e interessante. Focalizou, de forma genial, os costumes, a moda, as praias, e o humor dos moradores da cidade.

Foi o criador de personagens marcantes como Almofadinha e Melindrosa; além dos personagens infantis para a revista Tico Tico, como Juquinha e Lamparina.

A rua que o homenageia fica no bairro do Jardim Botânico, bem sob o braço direito do Cristo Redentor.