quarta-feira, setembro 26, 2007

Avenida Atlântica

Foi o Prefeito Pereira Passos que decidiu construir ao longo da praia uma rua de serviço. O nome Avenida Atlântica foi sugerido pelo próprio Pereira Passos. Os planos foram aprovados pelo Decreto Municipal nº561, de 4 de novembro de 1905, sendo as obras iniciadas sob a direção do engenheiro José Américo de Souza Rangel, autor do projeto. A avenida tinha apenas quatro metros de largura. (É de se notar que existiam apenas 150 automóveis na cidade.) As obras se prolongaram até 1908, sendo inaugrada pelo Prefeito Souza Aguiar.

Em 1910, dado o aumento da quantidade de automóveis e a crescente popularização da prática do banho de mar, a avenida mostrou-se muito acanhada, sendo alargada para 19 metros pelo Prefeito Bento Ribeiro. A obra só foi concluída em 1918, já sob a administração de Paulo de Frontin. Em 1920, a avenida já possuia 116 edificações, sendo 32 térreos. Nessa época, uma ressaca destruiu o calçamento, que foi refeito no período 1921/1922. Outra ressaca obrigou a se refazer a orla. Decidiu-se, então, reforçar a mureta com um respeitável alicerce de concreto, sendo concluída em 1924, ocasião em que se resolveu dotar a praia de postos de salvamento. Os guarda-vidas ficavam no alto de postes de concreto.

Em 1934, parte do morro do Inhangá que ainda chegava à Av. Atlântica foi cortado para aconstrução da piscina do Copacabana Palace. Em 1951, o que havia restado dessa pedra junto ao Hotel foi retirado para a construção do grupo de edifícios Chopin, Balada e Prelúdio.

De 1969 a 1971, grande obra foi realizada pelo Governador Negrão de Lima, por sugestão de Lúcio Costa e projeto do engenheiro Raimundo de Paula Soares. Sobre a areia foram construídas duas pistas de rolamento com um calçadão central sob o qual instalou-se o Interceptor Oceânico da Zona Sul, a maior obra de esgotamento sanitário até então feita na cidade. Todo o espaço até então usado pela antiga avenida e suas duas calçadas transformou-se em largo calçadão junto aos prédios; o atual estacionamento fica sobre o que era a areia da praia. Esta teve sua largura ampliada, com areia retirada do fundo do mar por dragas. Os mosaicos dos calçadões foram desenhados por Roberto Burle Marx, utilizando pedras de três cores, representando os povos que formaram a população brasileira. O calçadão junto à areia manteve o antigo desenho, oriundo de Portugal, uniformizando a orientação e ampliando o tamanho das ondas, fazendo-as condizentes com a largura da nova calçada.

Em 1975, foram construídos novos postos de salvamento, projetados pelo arquiteto Sérgio Bernardes. Na administração do Prefeito Saturnino Braga (1986-1988) foram plantados grupos de coqueiros na areia e, na de Marcelo Alencar (1983-1986), construídos quiosques fixos e uma ciclovia.

A via que começou em 1905 como simples rua de serviço, transformou-se em monumental avenida, que projeta o nome do Rio de Janeiro pelo mundo.

Nas fotos pode-se ver a Pedra do Inhangá ao lado do Copacabana Palace, antes da construção da piscina, e, na vista aérea, a retirada final para a construção do grupo de edifícios Chopin, Balada e Prelúdio. Abaixo, as fotos que mostram a Avenida nos anos 1950 e, depois do alargamento, nos anos 1970.



quarta-feira, setembro 19, 2007

Rua Siqueira Campos


Aberta em terras doadas por José Martins Barroso, dava saída ao túnel aberto em 1893 para a passagem do bonde, tornando-se via de acesso à Copacabana. Reconhecida em 1894, pela Municipalidade, recebeu o nome de Rua Barroso.

Esse logradouro foi o primeiro, no bairro, a receber uma linha de bonde. A estação foi construída na esquina da Av. Copacabana, em frente à Praça Serzedelo Correa, onde hoje está o Centro Comercial de Copacabana. A foto de Malta, de 1921, mostra essa esquina.

Pelo recenseamento de 1920, havia na rua 150 construções, sendo 54 térreas, 73 sobrados e 23 de três pavimentos. Até 1930, as construções ficavam nas quadras próximas à praia. Com a valorização do bairro, as construções expandiram-se.

Em 1931 teve seu nome mudado em homenagem ao 1ºTenente Antonio de Siqueira Campos, um dos lideres da revolta de 5 de julho de 1922. É que o grupo conhecido como «os dezoito do Forte», liderados por Siqueira Campos, depois de abandonar o Forte de Copacabana, caminhou pela Av Atlântica até a esquina da Rua Barroso onde estavam as tropas enviadas para abafar a revolta. A foto de jornal documenta a caminhada em que não aparece Siqueira Campos, adiantado do grupo. Da areia, entricheirados no paredão, ofereceram combate, sendo quase todos mortos, restando vivos apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Siqueira Campos viria a falecer em acidente aéreo quando retornava ao Brasil para participar da Revolução de 1930. Eduardo Gomes, iniciador do Correio Aéreo Nacional, chegou ao posto de Brigadeiro da Força Aérea Brasileira.


quarta-feira, setembro 12, 2007

Rua e Igreja de São Pedro


A rua de São Pedro foi aberta antes de 1620. Chamou-se Rua Antonio Vaz Viçoso e, depois, Rua do Carneiro (devido ao cirurgião Antonio Carneiro que nela residiu).

Desde a construção da Igreja (1732-1740), na esquina da Rua Miguel Couto, ela passou a ser conhecida como Rua de São Pedro. Em 1817, passou a ser, oficialmente, Rua Desembargador Antonio Cardoso, nome que não pegou, permancendo a designação de São Pedro.

Em 1943, a construção da Av.Pres. Vargas transformou a Rua de São Pedro em sua pista lateral direita (lado par), e a Rua Gen. Câmara, em pista lateral esquerda (lado ímpar); os quarteirões entre elas foram demolidos para formar a pista central. Chegaram a pensar em mover a igreja, usando rodízios, mas o custo elevado tornou proibitivo o salvamento, e ela foi demolida em nome do progresso.

A igreja de São Pedro, Igreja de São Pedro dos Clérigos, ou Igreja do Príncipe dos Apóstolos fora edificada pelo bispo D. Antonio Guadalupe para sediar a irmandade dos clérigos em casa própria. Tinha uma arquitetura bastante original, como se pode depreender da foto de Marc Ferrez, de 1898.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Praça Serzedelo Correia


Construída, em 1893, pela Cia Ferro Carril Jardim Botânico, quando da inauguração da estação de bondes de Copacabana. Levou, inicialmente, o nome de Malvino Reis, então diretor da companhia. Era bastante simples: resumia-se a um areal com vegetação rasteira. Sofreu melhoramentos em 1910, na gestão do Prefeito Serzedelo Correia, recebendo, no ano seguinte, o chafarz das Saracuras, que até então estava no patio interno do Convento da Ajuda e que seria, em 1917, transferido para a Praça Gen Osório.

Designada Serzedelo Correia por decreto de 1917, em homenagem a Inocêncio Serzedelo Correia, prefeito da cidade (1909-1910).

Em 1918, foi inaugurada a nova Matriz de NªSª de Copacabana, na esquina da Rua Hilário de Gouveia, um prédio neo-gótico, projeto de Gastão da Cunha Bahiana, demolida em 1973 sendo substituída por um edifício. No térreo deste prédio funciona, atualmente, a igreja.

E Estação de Bondes (esquina de Siqueira Campos) foi demolida nos anos 1950 sendo substituída pelo primeiro shopping center da cidade, denominado, apropriadamente, de Centro Comercial de Copacabana.

A Praça veio a sofrer muitas alterações nas décadas de 1940 e 1950. Em 1992 foi reurbanizada e gradeada. É também conhecida como Praça dos Paraíbas por ser frequentada por operários da construção civil, em sua maioria nordestinos, em seus momentos de folga.

As fotos mostram: uma, a praça no final da década de 1950, à esquerda, a Rua Hilário de Gouveia; e outra, a antiga Matriz de Copacabana, em frente à praça.