quarta-feira, setembro 29, 2010

Casarões em Botafogo




Botafogo é um bairro ainda cheio de casarões. Não me refiro àquelas moradias em terrenos com a extensão de verdadeiras chácaras, como a Casa de Ruy Barbosa, as antigas embaixadas do Reino Unido e dos EUA, e várias outras.

Refiro-me a casas enormes que ocupam quase todo o terreno, e que não mostram mais a majestade que ostentavam em tempos passados, seja porque se viram envolvidas por prédios de muitos andares, seja porque a via pública, outrora bucólica e pacata, transformou-se em artéria de grande movimento e azáfama.

Como exemplo, as três casas fotografas por Malta, certamente no início do século XX. Hoje, além de reduzidas a duas, uma delas está pintada de cor de abóbora, talvez numa tentativa de não “desaparecer” no meio das construções.

Mesmo descontada a qualidade do fotógrafo, vê-se que as casas perderam muito de majestade e nobreza.

Localizam-se na esquina da Rua Dona Mariana com a Voluntários da Pátria.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Lagoa Rodrigo de Freitas




A foto que ilustra este post é uma interessante vista aérea da Lagoa Rodrigo de Freitas por volta de 1936. Para comparação, mapa do Google que mostra o mesmo trecho nos dias de hoje.

Na região que vai do Clube dos Caiçaras, junto ao canal do Jardim de Alah, até a Ilha do Piraquê, onde fica o Departamento Esportivo do Clube Naval, pode-se notar que já estava delineado até onde iria o aterramento, junto ao Caiçaras; na margem, a favela conhecida como da Praia do Pinto (onde hoje está a quadra chamada "selva de pedra", nome tomado de uma novela da TV Globo). O campo do Flamengo ficava bem junto à Lagoa; e não era raro as bolas irem parar dentro da Lagoa...

Vejam, ainda, que faltam pistas ao Joquei Clube, e tanto a Ilha do Piraquê quanto a do Caiçaras eram bem menores, bem antes de terem crescido muito graças a aterros proporcionados, inclusive, pelo entulho resultante da construção do Túnel Rebouças (1962-1967).

O trecho do bairro Jardim Botânico entre o Joquei e o Morro da Saudade ainda bastante ralo de moradias. As instalações da Hípica e do Clube Militar ainda a construir.

A margem desde a Curva do Calombo até o Corte de Cantagalo muito pouco habitado, até pela favela que cresceria onde hoje está o Parque da Catacumba que herdou o nome da favela removida.

A impressionante a redução da área da Lagoa pode ser observado, comparando-se a foto com o mapa.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Morrotes do Inhangá

Na foto, obtida por volta de 1920 do alto do Morro do Cantagalo, vê-se bem a nítida separação que as elevações do Inhangá provocava no extenso areal que ia do Morro do Leme às pedras onde ficava a igrejinha com a imagem de Na Sa de Copacabana.

Por esta razão, a ladeira, primeiro dos acessos às praias ao sul da cidade, foi chamada de Ladeira do Leme, nome que ainda conserva, embora a área hoje chamada de Leme seja bem menor, entre a Av. Princesa Isabel ao Morro do Vigia.

Dos três morrotes mostrados, apenas o mais afastado do mar permanece. É cortado, em arco, pela Rua General Barbosa Lima (a que se tem acesso pela Rua Barata Ribeiro, em frente à Praça Cardeal Arcoverde). O morrete adjacente foi cortado para permitir a continuidade da Av. Na Sa de Copacabana, restando um resíduo que se encontra cercado pelos prédios da Av. Copacabana, Rua Fernado Mendes, Av. Atlântica e Rua República do Perú. O terceiro morrete teve parte demolida para a construção da piscina do Copacabana, e o restante posto abaixo, na década de 1950, para a construção do grupo de 3 edifícios: Chopin, Prelúdio e Balada.

A foto abaixo, de 1948, mostra os três morrotes já bem separados pelas vias públicas. À direita, a Rua Gen. Barbosa Lima, subindo o morrote maior. À esquerda, junto ao Copacabana Palace, o restante do morrote que seria retirado para a construção dos edifícios Chopin, Prelúdio e Balada. Na parte superior da foto o morrote nos fundos de casas da Av. Copacabana, hoje cercada de edifícios.

Finalmente, outra vista, da década de 1950, quando o grupo de edifícios era construído, ao lado do Copacabana Palace.










quarta-feira, setembro 08, 2010

Praia e Pedra do Anel


O postal acima, que reproduz fotografia do inicio do século passado, mostra alguns amigos na chamada Praia do Anel. Na extremidade direita pode-se ver parte da Pedra do Anel.

Esses locais são bem pouco conhecidos, embora tenham sido mostrados no início da apresentação da novela Páginas da Vida. Ficam na encosta do Morro do Leme (antigamente chamado de Morro do Vigia), pois mesmo antes do Forte Duque de Caxias, havia guarnições militares guardando a entrada da Baía da Guanabara.

Figura, também, em Decreto da Prefeitura (de Nº 9.779, de 12/11/1990) que declara Área de Proteção Ambiental o conjunto natural constituída pelo Morro do Leme (ou Pedra do Leme), Morro do Urubu, Pedra do Anel, Praia do Anel e Ilha do Cotunduba, situados nos bairros da Urca e do Leme. (ver Dec.)

As áreas que compõem a APA podem ser vistas na reprodução do mapa de Google na imagem abaixo.



quarta-feira, setembro 01, 2010

Duna em Copacabana

A foto, da década de 1920, mostra a última das dunas ocupadas na região de Copacabana/Ipanema. É a enorme área branca limitada pelas ruas Gomes Carneiro, Bulhões de Carvalho e Rainha Elisabeth.

A Praça General Osório aparece dividida em quatro quadrados arborizados junto à margem superior do quadro, visível, também, a Rua Teixeira de Melo. Do outro lado da Praça, a Rua Jangadeiros, que se inicia na Rua Gomes Carneiro.

Um pedacinho da Rua Caning aparece, junto à Rainha Elisabeth, tendo em seus fundos o extenso areal. Seguem-se a Bulhões de Carvalho, que forma um ângulo com a Conselheiro Lafaiete; a Raul Pompéia e, finalmente, a Av Copacabana, já no limite inferior da foto.

Em Ipanema, vê-se, a extensa vegetação nas areias e, claramente, a Av. Viera Souto e suas paralelas, a Prudente de Morais e a Visconde de Pirajá.

Os nomes dados às ruas são os atuais, para que possam ser facilmente identificadas.