quarta-feira, maio 30, 2007

Rua Uruguaiana



Em 1641, abriu-se uma vala para o escoamento das águas de um banhado que existia ao pé do morro de Santo Antonio (onde hoje é o Largo da Carioca). A vala ficava à beira de uma rua que, a partir de então, seria conhecida como da Vala.

Após as invasões francesas de 1710-1711, foi construído um muro, ao longo da vala, visando a defesa da cidade. Logo, logo, esse muro, além de demonstrar não servir como obra de defesa, tornou-se um estorvo ao crescimento da cidade. Os vereadores queriam demoli-lo, com o que não concordava o Governador Luís Vahía Monteiro, o Onça, que acabou por ver a vala coberta, e o murro derrubado para que a expansão da cidade pudesse avançar pelo campo, vencendo alagadiços e mangues.

Depois de ser, por mais de dois séculos a Rua da Vala, a via teve seu nome alterado para Uruguaiana, para lembrar a cidade gaúcha onde, em 1865, diante de Pedro II e dos presidentes da Argentina e do Uruguai, ocorrera a rendição do Gen Estigarribia que, à frente de tropas paraguaias, havia invadido o Rio Grando do Sul.

Atendendo à sugestão de Gabriel, acrescentei uma foto, de 1906, da esquina das Ruas Uruguaiana e Carioca.

quarta-feira, maio 23, 2007

Rua da Ajuda

A antiga Rua da Ajuda contornava o Morro do Castelo, indo desde a igreja da NªSrª do Parto até o Convento da Ajuda, onde hoje fica a Praça Floriano Peixoto (Cinelândia). A Igreja continua no mesmo lugar, agora no térreo de um edifício, atual Rua Rodrigo Silva, 7. A abertura da Avenida Central absorveu quase toda a Rua da Ajuda. O trecho remanescente, entre a Av. Rio Branco e a Nilo Peçanha, teve os nomes de Chile e Melvin Jones antes de voltar a ser da Ajuda.


quarta-feira, maio 16, 2007

Convento de Santa Teresa

O governador Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadela, contrariando proibição régia, doou um grande terreno e uma antiga capela na encosta do Morro do Desterro (depois Morro de Santa Teresa) para a construção de um convento de Carmelitas Descalças dedicado a Santa Teresa de Ávila.

À época, era proibida a existência de conventos de freiras, pois, na visão da coroa, as mulheres eram poucas, e os conventos iriam prejudicar a expansão da colonia.

As obras começaram em 1750, a partir de uma capelinha existente desde 1629, e sete anos depois, mesmo inconcluso, já estava ocupado pelas freiras. O projetista da igreja e do convento foi o engenheiro-militar José Fernandes Pinto Alpoim.

No final do séc XVIII foram colocados, na portaria do convento, azulejos brancos-azuis vindos de Portugal, e três altares de talha em estilo rococó, de autores desconhecidos. O convento conserva um retrato da fundadora, Madre Jacinta, pintado por José de Oliveira Rosa, c.1769, e nele estão sepultados os restos do conde de Bobadela, falecido em 1763, e do engenheiro Alpoim, morto em 1765.


quarta-feira, maio 09, 2007

Igreja de Nª Sª da Conceição e Boa Morte

As Irmandades da Nª Sª da Boa Morte e a da NªSª da Conceição dos Pardos, foram criadas, respectivamente, em 1663 na igreja do Carmo, e em 1700 na igreja de São Sebastião. Em virtude de desentendimentos com as igrejas onde praticavam seus cultos, resolveram mudar-se. Criaram, em 1721, uma pequena capela na esquina da rua do Rosário com Ourives (atual Miguel Couto). Com o crescimento das Irmandades, surgiu a necessidade de um novo templo, maior. As fundações foram lançadas em 1735, e as obras conduzidas, a partir de 1738, pelo engenheiro militar sargento-mor José Fernandes Pinto Alpoim. A portada, em mármore de Lioz, vinda de Lisboa, foi colocada em 1756, e as obras concluídas em 1816.

A capela-mór tem forma octogonal, com um altar barroco de mestre Valentim, executado em 1774 e considerado como sua primeira grande obra em talha. Os altares laterais são obras de Manual Deveza. A padroeira em madeira. estilo barroco, veio de Portugal.

Paulo de Frontin, devoto da santa, ao traçar a avenida Central, teve o cuidado de fazer ligeiro desvio para poupar a igreja que tem uma de suas quinas a menos de três metros do alinhamento da avenida.

No espaço entre a igreja e a avenida foi construído um prédio estilo eclético onde funcionou, por muitos anos, a Casa Simpatia que servia, em suas mesas e cadeiras de vime da calçada, um famoso refresco: o frappé de coco. Hoje, ali funciona a loja de roupas Bogart. Este prédio tem, junto à rua do Rosário, largura tão pequena que algumas das janelas da fachada não abrem por falta de espaço. Veja na foto do traçado da Avenida Central (A rua do Hospício é a atual Buenos Aires).

quarta-feira, maio 02, 2007

Igreja Nª Sª da Lapa dos Mercadores













Em 1743, vários moradores e comerciantes da Rua do Ouvidor ergueram um pequeno oratório dedicado à NªSª da Lapa dos Mercadores na esquina de uma casa, no trecho entre a Rua do Mercado e a Rua Direita (atual 1º de Março). Quatro anos mais tarde os comerciantes resolveram formar uma irmandade e construir uma igreja dedicada à NªSª da Lapa. Em 1747 foram lançadas as fundações e, em 1755 a estrutura estava pronta. Em 1766 prontificou-se a parte interna. Em 1862 a igreja sofreu uma grande remodelação que só terminou dez anos depois. Foram construídas uma nova entrada com três arcos neo-classicos tendo por trás, centralizada, a tôrre sineira. Durante essas obras, foi encontrado enterrado atrás da igreja um grande medalhão, em mármore de Lioz, representando a coroação de Nossa Senhora, provavelmente destinado à igreja da Ordem 3ª da Penitência, a quem pertencia o terreno, e que não o aproveitou. Foi então colocado na fachada principal, onde se encontra até hoje. Duas estátuas de santos, em mármore de Lioz, foram colocadas em nichos na fachada; uma terceira, representando a religião, foi posta na tôrre.

O interior, bastante colorido, possui talhas de Antônio de Pádua e Castro e trabalhos em estuque de Antônio Alves de Lima.

Quando da Revolta da Armada, um tiro disparado pelo encouraçado "Aquidabã" (em 25set1893) atingiu a torre, lançando ao chão a estátua. O fato de ter sofrido danos em apenas dois dedos, apesar da queda de mais de 25m de altura, foi considerado milagroso, razão pela qual tanto a estátua quanto o projetil estão guardados na sacristia.

A igreja fica na Rua do Ouvidor, 35