quarta-feira, dezembro 30, 2009

Pilogenio

Diz o “reclame” na Revista Careta de 14 de janeiro de 1928:

«O PILOGENIO serve-lhe em qualquer caso.

Se já quasi não tem, serve-lhe o PILOGENIO porque lhe fará vir cabello novo e abundante.

Se começa a ter pouco, serve-lhe o PILOGENIO, porque impede que o cabello continue a cahir,

Se ainda tem muito, serve-lhe o PILOGENIO porque lhe garante a hygiene do cabello.

Ainda para a extincção da caspa

Ainda para o tratamento da barba e loção de toillete O PILOGENIO

Sempre o PILOGENIO

Á venda em todas as pharmacias, drogarias e perfumarias.»

Como não mais existe à venda este tal Pilogênio, é de se julgar que não era tudo o que anunciava...

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Bairro Peixoto

Fica em terras adquiridas pelo comendador português Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca. Chegado ao Rio em 1875, já em 1903 começou a comprar terras entre os morros de São João e Cabritos. Logo, possuía uma chácara com lagoas, árvores frutíferas e gado. Ocupava o espaço hoje limitado pelas Ruas Henrique Oswald, Santa Clara, Tonelero e Siqueira Campos.

Na esquina das atuais Tonelero e Siqueira Campos montou um local de venda de leite; fornecia, também, capim para os estábulos então existentes em Copacabana.

Não tendo descendentes, Peixoto doou suas terras, em junho de 1938, para cinco instituições de caridade: a Associação Asilo São Luis para a Velhice Desamparada, a Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D.Pedro V, a Sociedade Portuguesa de Beneficência do Rio de Janeiro, a Casa dos Expostos, e o Hospital Nossa Senhora das Dores.

A área foi urbanizada e, por exigência de Peixoto, inexiste comércio e as construções não deveriam ter mais que 3 pavimentos. Esta última exigência seria alterada, pelo Prefeito Mendes de Moraes (1947-1951), para 4 andares.

A praça construída na área leva o nome de Edmundo Bittencourt (1866-1943) o advogado, jornalista, fundador e proprietário do jornal Correio da Manhã, criado em 1901 e que existiu até 1974.

O Comendador Peixoto faleceu em novembro de 1947. A foto abaixo mostra os limites de suas terras.




quarta-feira, dezembro 16, 2009

Joaquim Manuel de Macedo e o Ministério

Talvez seja até oportuno lembrar, do livro “Brasil Anedótico” de Humberto de Campos, a história contada, em 1913, por Salvador de Mendonça no diário “O Imparcial” :

“Professor das princesas, filhas de Pedro II, Joaquim Manuel de Macedo, o célebre romancista de A Moreninha, desempenhava o seu mandato de deputado geral, quando o conselheiro Francisco José Furtado, organizador do gabinete Liberal de 31 de agosto de 1864, o convidou para a pasta dos Estrangeiros.

Recusada a honra, mandou o Imperador chamar o escritor à sua presença, e indagou o motivo do seu gesto, quando possuía tantas qualidades para ser um bom ministro.

- Admita-se que eu tenha as qualidades que Vossa Majestade me atribui, - respondeu Macedo: - mas eu não sou rico, requisito indispensável a um ministro que queira ser independente.

E decidido:

- Eu não quero sair do Ministério endividado ou ladrão.”



quarta-feira, dezembro 09, 2009

Rua Primeiro de Março na década de 1920

Uma das primeiras ruas da cidade na planície ao pé do Morro do Castelo, como citado no post Rua Direita, onde a foto foi tirada do Morro do Castelo para a planície. Neste, ao contrário, a foto é obtida desde a Rua para o Morro.

Pode-se ver, à esquerda, o prédio da “cadeia velha”, onde hoje está o Palácio Tiradentes. Logo a seu lado está a Igreja de São José. À direita da foto, vê-se um bonde saindo da Rua da Assembléia. Ao fundo, na própria Primeiro de Março, outro bonde que demanda a Praça XV. Pode-se notar, ainda, a Rua São José (em frente à Igreja). Ao fundo, o Morro do Castelo que, uma vez demolido, deu lugar à esplanada onde foi aberta a Av. Pres. Antonio Carlos como uma extensão da Rua Primeiro de Março até o mar.



quarta-feira, dezembro 02, 2009

Pedra do Sal

A Pedra do Sal é um dos pontos históricos da nossa cidade. É um enorme granito, e tem uma escadaria entalhada por escravos, que liga o Morro da Conceição à área portuária. «Neste local, o sal era descarregado das embarcações que aportavam nas proximidades. Passou, depois, a ponto de encontro de sambistas que trabalhavam como estivadores», revela uma placa colocada, no local, pela Secretaria Estadual de Cultura.

Sabe-se que, no início do séc XVII, negros baianos, chegados ao Rio de Janeiro, instalaram-se nas proximidades. O local oferecia moradia barata e, por ser perto do porto, não era difícil conseguir trabalho na estiva. Da Pedra, também se avistavam os navios que chegavam ao porto, bem antes da construção do cais, que só veio a ocorrer no início do séc XX.

A Pedra constituiu sempre um lugar sagrado para os seguidores de religiões afro-brasileiras, e foi o local onde nasceram os ranchos carnavalescos que viriam a se transformar em Escolas de Samba. A Pedra do Sal foi tombada em 1984 pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).

A base da escadaria fica no Largo João da Baiana, confluência da Rua Argemiro Bulcão com a Travessa do Sossego. O Largo homenageia o pandeirista João Machado Guedes (1887-1974) conhecido como João da Baiana. O local foi freqüentado não só por João, como por Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres e muitos outros sambistas.

Todas as segundas-feiras, de 1800 às 2200 h, há uma roda de samba no Largo. As quartas-feiras são dedicadas a sambas inéditos, como proclama uma faixa colocada no local.