quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A iluminação no Rio de Janeiro (I)

Quando o Rio de Janeiro passou a ser capital da colônia, em 1763, as ruas ainda eram iluminadas por candeeiros a óleo de baleia, ou por velas de cera, colocados em lampadários, ou ainda em oratórios em frente aos quais os devotos faziam suas orações. Essa era a única iluminação, além daquela provida pelo luar.

Havia ruas com dois e até três desses oratórios, construídos por particulares em seus prédios, embora o óleo de peixe fosse, muitas vezes, rateado entre os vizinhos.

Sabe-se que, no tempo do Vice-Rei Dom Luiz de Vasconcelos e Souza (1779-1790) havia 73 desses lampadários, distribuídos pelas 4 freguesias em que se dividia a cidade: 22 na da Sé, 12 na de São José, 27 na da Candelária, e 12 na de Santa Rita. E a população do Rio atingia 30.000 habitantes.

No período seguinte, do Vice-Rei Dom José Luiz de Castro, Conde de Rezende (1790-1801) é que a iluminação pública passou à responsabilidade dos cofres públicos. Cem lampiões foram instalados entre a Rua Direita (atual 1º de Março) e o Campo de Santana. Este era o trecho urbano; o que estava além deses limites era sertão. Mesmo assim, a iluminação era péssima.

Com a chegada da família real, foi criado o cargo de Intendente Geral de Polícia (tal como existia em Portugal) e nomeado o desembargador e ouvidor-geral do crime Dom Paulo Fernandes Viana que tratou de dotar a cidade de iluminação condizente com as obrigações da polícia. Circundou de lampiões de azeite o Paço e o Palácio da Quinta da Boa Vista, e povoou a cidade com postes de pedra encimados por lampiões, inclusive o caminho do aterrado (via que levava por rua ganha aos alagados além do Campo de Santana, até ao Quinta da Boa Vista) depois, por isso, caminho das lanternas; mais tarde, Rua Senador Euzébio: hoje, Av Pres. Vargas.

Um desses lampiões a óleo de baleia, retratado por Debret por volta de 1820, é mostrado na figura. Esses lampiões foram utilizados até o advento do gás em 1854. A foto mostra um lampadário que existiu na esquina das ruas da Alfândega e Regente Feijó por cerca de 150 anos, antes de ser demolido em 1906.



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