Na proximidade do carnaval, parece razoável tecer algumas considerações sobre o Zé Pereira.
Quem primeiro nos falou deste personagem foi Vieira Fazenda (1847-1917), em seu livro Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro (1904):
Conta-nos que certo sapateiro português, chamado José Nogueira de Azevedo Paredes, estabelecido à Rua São José 22, cansado das brincadeiras sem graça do ‘entrudo’, teria alugado um zabumba no qual repetidamente dava duas pancadas, seguidas de três. Os amigos que o acompanhavam gritavam “Viva o Zé Pereira”.
No ano seguinte, surgiram vários imitadores, e as batidas de bombo e o grito se espalharam pelo carnaval carioca.
Diz, ainda, Vieira Fazenda: «Quanto à origem do nome, dizem uns que, em certas localidades de Portugal é o bombo conhecido por Zé Pereira; querem outros, e isto é mais provável: na primeira noitada de bom sucesso os companheiros do Paredes, na força do entusiasmo e influenciados pela vinhaça, trocavam o nome do chefe e davam vivas ao Zé Pereira em vez de Zé Nogueira.»
Entretanto muitos são contrários ao que diz Vieira Fazenda. No norte de Portugal, vem de longe a tradição de chamar a um conjunto de zabumbo e gaitas de fole de «Zé Pereira».
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