quarta-feira, dezembro 12, 2007

Pardais

Consta que foi Pereira Passos que mandou vir, de Portugal, 200 pardais (Passer domesticus) que foram soltos no Campo de Santana, em 1903. Ele imaginava, assim, acabar com os mosquitos da malária que infestavam a cidade. Ocorre que esses pássaros só se alimentam de insetos na época da reprodução, quando necessitam maior quantidade de proteína.

Há gente que reclama, classificando-os de praga e culpando-os pela fuga dos pássaros nativos, como o tico-tico. Na verdade, foi o próprio homem que, através da crescente urbanização e consequente eliminação das árvores frutíferas, expulsou os pássaros nativos. Os pardais são gregários e, diferentemente das espécies nativas, completamente adaptados à vida citadina; constroem ninhos em buracos de construções, sinais de trânsito, sob telhas, quase nunca em árvores.

Os ninhos têm uma forma esférica, com entrada lateral, bastante macio por dentro mas mal acabado por fora. São construídos pelos machos que, assim, conquistam a companheira. Os ovos, em geral 3 ou 4, são pintados e a incubação, feita pelo casal, demora de 11 a 14 dias. O macho distingue-se por uma mancha negra no peito e uma faixa acastanhada que vai dos olhos à nuca; alcançam 15cm de comprimento. Alimentam-se de sementes, brotos de plantas, restos de alimentos dos humanos e insetos; misturam-se às outras aves na disputa da comida. Não sabem cantar, apenas piam; e não caminham com elegância, mas aos saltos.


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