terça-feira, março 01, 2011

Quinta da Boa Vista

Elias Antonio Lopes, um bem sucedido comerciante, presenteou ao príncipe D. João, pouco depois de sua chegada ao Rio de Janeiro, com uma casa _tida como a melhor da cidade_ que havia construído em 1803 em sua chácara de São Cristóvão. Tão agradecido ficou o príncipe, que chegou a agradecer o “notório desinteresse e demonstração de fiel vassalagem, que vem de tributar à minha Real Pessoa”.

A residência e o jardim foram reformados e o lugar passou a ser chamado de Quinta da Boa Vista, e a casa, Paço de São Cristóvão. Com o intúito de valorizar a área, D. João ofereceu vantagens a quem construisse nos arredores. O bairro tornou-se um dos mais populosos da cidade. Tanto o Paço, quanto os jardins sofreram alterações desde então.

Na verdade, Elias Antonio, que enriquecera com o tráfico de escravos, havia feito um belo investimento. No mesmo ano da doação, recebeu a comenda da Ordem de Cristo, o ofício de Tabelião e Escrivão da Vila de Parati, e dois anos depois foi sagrado cavaleiro da Casa Real, além de outros postos, como o de Deputado da Real Junta de Comércio.

Quando morreu, em 1815, o traficante deixou mais de cem escravos e uma fortuna em palácios, fazendas, ações do Banco do Brasil, e navios negreiros.

Há dúvidas quanto à nacionalidade de Elias. Uns dizem que era português nascido na cidade do Porto; outros que era o libanês Antun Elias Lubbos que teria aportuguesado seu nome ao chegar ao Brasil.

Na foto acima se vê o Paço de São Cristóvão em 1820, em uma pintura de Maria Graham; abaixo, fotos de como está, hoje, o prédio.



3 comentários:

Ivo Korytowski disse...

A nossa amiga Vera Dias fez uma postagem muito bonita sobre a Quinta no seu blog As histórias dos monumentos do Rio de Janeiro.

wesllei diluz disse...

Eu simplesmente fico encantado com o trabalho deste blog. Sou um apaixonado pela história do nosso país, desprezando é claro a mancha da escravidão. E este blog com todas as lindas imagens me deixam deslumbrado. Tenho parentes que moram no centro do rio entre a rua do Riachuelo e Santa teresa e sempre que vou lá sinto que não conheci tudo o que preciso conhecer. Sou encantado pela arquitetura que ainda sobrevive ao tempo, a parisiense alí na cinelandia, ou as coloniais, alias todas as construções me encantam até mesmo as mais simples ali na saída do centro indo em direção ao Flamengo. Parabéns pelo seu blog e saiba que ele é uma referencia pra mim, como um guia de viagem sempre que vou ao Rio de Janeiro.

wesllei diluz disse...

Eu simplesmente fico encantado com o trabalho deste blog. Sou um apaixonado pela história do nosso país, desprezando é claro a mancha da escravidão. E este blog com todas as lindas imagens me deixam deslumbrado. Tenho parentes que moram no centro do rio entre a rua do Riachuelo e Santa teresa e sempre que vou lá sinto que não conheci tudo o que preciso conhecer. Sou encantado pela arquitetura que ainda sobrevive ao tempo, a parisiense alí na cinelandia, ou as coloniais, alias todas as construções me encantam até mesmo as mais simples ali na saída do centro indo em direção ao Flamengo. Parabéns pelo seu blog e saiba que ele é uma referencia pra mim, como um guia de viagem sempre que vou ao Rio de Janeiro.