Nome consagrado pelo povo que tomou como marrecas as aves de bronze de cujos bicos jorrava água, num pequeno e delicado chafariz. A obra, de Mestre Valentim, foi feita, em 1735, por ordem do vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos e Souza, na rua que mandara abrir para melhor acesso ao Passeio Público. Designada Rua das Belas Noites, começava na dos Barbonos (atual Evaristo da Veiga), onde se situava o chafariz, e vinha até o portão do Jardim.
Por diversas vezes mudaram-lhe o nome oficial. O povo a tudo assistia, mas não aderia; para ele, sempre foi das Marrecas, nome oficial apenas a partir de 1964.
Durante certo período foi rua de má fama, cheia de “pensões” de “francesas”. Na verdade, polonesas judias, fugidas de sua terra e colhidas pelas malhas da Zwig Migdal, organização internacional de exploração de escravas brancas. Quando os valentões e os “capoeiras” invadiam a rua, as moças se escondiam e recusavam-nos, mandando dizer que tinham ein Kranke (uma doença, em iídiche).
Eis a origem de uma palavra tipicamente carioca: ENCRENCA.