Em 1649, chegava ao Rio de Janeiro vindo da Ilha da Madeira, o carpinteiro João Fernandes. Aqui chegando, comprou um terreno e construiu, às suas custas, uma capela para abrigar a imagem de Na. Sa. do Parto que havia trazido da Madeira.
A seu lado foi construído, em 1759, o Recolhimento de Na. Sa. do Parto, destinado a acolher as prostitutas arrependidas. Conforme nos conta Dunlop, foi construído com dinheiro deixado por Estevão Dias de Oliveira para ser aplicado em benefício de sua alma, e empregado pelo bispo Frei Antônio do Desterro para a construção do Recolhimento.
Estavam, a Capela e o Recolhimento, lado a lado, na Rua dos Ourives, desde a Rua da Assembléia à de São José, no trecho hoje denominado Rua Rodrigo Silva.
O Recolhimento serviu para que maridos desgostosos e pais desobedecidos encaminhassem esposas e filhas que nada tinham de pecadoras, mas que não atendiam às vontades de maridos e pais. O prédio de três andares sofreu violento incêndio que o destruiu e quase extermina as ‘recolhidas’ (veja), mas foi apagado pela população e, prontamente, reconstruído e reocupado sob o comando do vice-rei D. Luiz de Vasconcelos.
O Recolhimento do Parto existiu até 1812, quando as infelizes foram transferidas para o Recolhimento da Misericórdia, no prédio depois ocupado pela Escola de Medicina. O prédio antigo resistiu até 1906, quando foi demolido para o alargamento da Rua da Assembléia.
Mais tarde, foi construído um edifício que dá frente para a Rua Rodrigo Silva, e possui janelas tanto na Rua da Assembléia quanto na São José. No andar térreo fica, hoje, a Igreja de Nossa Senhora do Parto.
As fotos mostram a porta da igreja em duas tomadas. De uma, pode-se avistar _depois da Rua São José_ o que já foi chamado de “buraco do LUME”, e hoje é denominado Praça Melvim Jones.