quarta-feira, março 30, 2011

Café e Bar Sympathia

As fotos mostram, em diversas épocas o Sympathia, Café e Bar que existiu, até a década de 1980, na esquina da Rua do Rosário desde a abertura da Avenida Central (hoje Rio Branco).

Copio trecho de meu post sobre a Igreja da Conceição e Boa Morte: “No espaço entre a igreja e a avenida foi construído um prédio estilo eclético onde funcionou, por muitos anos, a Casa Sympathia que servia, em suas mesas e cadeiras de vime da calçada, um famoso refresco: o frappé de coco. Hoje, ali funciona a loja de roupas Bogart. Este prédio tem, junto à Rua do Rosário, largura tão pequena que algumas das janelas da fachada não abrem por falta de espaço.”.

As imagens mostram a construção quando da inauguração da Avenida; uma vista da esquina, nos primeiros tempos; o local em 1959, mostrando as cadeiras de vime; e, finalmente, uma vista recente.









quarta-feira, março 23, 2011

Cemitério das "Polacas"

O chamado “Cemitério das Polacas”, que tem o nome oficial de Cemitério Israelita de Inhaúma, foi criado pela Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita, em 1916.

Essa Associação reunia mulheres judias trazidas ao Brasil (e, também levadas a outros paises) por um grupo de judeus dedicado ao tráfico de brancas, conhecido como Zwig Migdal. Homens desse grupo, no período de 1890 até o início da 2ª. Guerra costumava ir a vilarejos da Europa Oriental, prometiam empregos ou casavam-se com judias jovens e pobres, em cerimonias falsas que imitavam os costumes israelitas. As jovens só percebiam o golpe quando já afastadas da família. Eram trazidas para o Rio de Janeiro (e também para prostibulos de cidades da Argentina, Africa do Sul e Índia) onde passavam a viver em bordéis onde eram conhecidas como “francesas”.

As mulheres, quase sempre analfabetas, rejeitadas pela colônia judía, eram, quase sempre, enterradas como indigentes pois, para a colônia, eram consideradas pessoas impuras e teriam tratamento diferenciado nos cemitérios israelitas não merecendo o cerimonial dedicado aos seus mortos. Pois criaram uma Associação, construiram uma sinagoga, e estabeleceram um cemitério em Inhaúma.

Há livros bastante interessantes sobre o assunto. Posso citar O Baile de Máscaras, de Beatriz Kushnir; e o de autoria da jornalista Isabel Vincent, que conta a história de três mulheres: Bertha, uma das criadoras e presidente da Associação; Sophia, vendida pelo pai aos 13 anos de idade; e Rachel, forçada a prostituir-se pelo marido.

O Cemitério Israelita de Inhaúma foi tombado definitivamente pela Prefeitura como Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. O decreto nº 32993, de 27 de outubro de 2010, reza: “a sua fundação em 1916, pela Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita, representou um papel social relevante para uma parcela da população de imigrantes israelitas no país”. Fica na Rua Piragibe, em Inhaúma.

A imagem mostra a localização do Cemitério.

Há blogs que tratam do mesmo assunto. Vejam em Polacas e em Historia do Brasil

quarta-feira, março 16, 2011

Pinheiro Machado - Monumento

José Gomes Pinheiro Machado nasceu em 8 de maio de 1847 em São Luiz, RS. Em 1867, interrompeu seus estudos na Faculdade de Direito de São Paulo para seguir como voluntário para a Guerra do Paraguai. Voltando da guerra, terminou o curso e dedicou-se à advocacia até que decidiu tornar-se estancieiro, dedicando-se às atividades rurais, construindo o início de sua fortuna particular.

Fundou, com Venâncio Aires, o primeiro grêmio republicano na Província do Rio Grande do Sul, sendo um dos que, seguindo Júlio de Castilhos, propagou as idéias republicanas. Proclamada a República, foi Pinheiro Machado eleito Senador pelo Rio Grande para o Congresso Constituinte, não deixando de ser reeleito a cada vez.

Em 1892, quando da revolta federalista do Estado, seguida da Revolta da Armada, Pinheiro Machado pôs-se à frente da chamada “Divisão do Norte”, constituída de voluntários, para combater os inimigos de sua causa, vencendo-os no encontro em Passo Fundo. Tão relevante foram considerados seus serviços que Floriano Peixoto o nomeou General-de-Brigada.

Em 1915 foi assassinado, no Hotel dos Estrangeiros (ver), sendo o corpo levado ao Rio Grande do Sul pelo Encouraçado “Deodoro”, da Marinha de Guerra.

O monumento a Pinheiro Machado fica na Praça Na. Sa. da Paz. Foi fruto de iniciativa do Deputado Francisco Valadares que resultou em um concurso de maquetes vencida pelo escultor Hildegardo Leão Veloso (1899-1966). Devido a problemas advindos de sua execução, o escultor desinteressou-se de concluir seu trabalho, e o monumento foi entregue à Prefeitura pela empresa Cavina & Cia, não havendo cerimônia de inauguração.

O monumento fica sobre uma base construída em pedra e cimento, com quatro degraus de acesso ao pedestal, composto de colunas de granito e cantaria, de altura de cinco metros. A figura de Pinheiro Machado encontra-se de pé, de frente para a Rua Visconde de Pirajá; nas faces laterais, duas figuras de mulher que simbolizam a Glória e a Apoteose.

Acima, a foto do monumento como visto da Rua Visconde de Pirajá; abaixo, a estátua de Pinheiro Machado a.


quarta-feira, março 09, 2011

Automóvel Clube do Brasil

O prédio na Rua do Passeio, inicialmente moradia do Barão de Barbacena, foi inaugurado em 1860, com um baile a que compareceu o Imperador Pedro II. Foi, posteriormente, sede da Sociedade de Baile Assembléia Fluminense, da Sociedade Cassino Fluminense e do Automovel Clube do Brasil. Foi nele que o Pres. João Goulart fez o discurso que desencadeou o movimento de 1964.

No prédio instalou-se o Bingo Imperial até a proibição em 2003, quando fechou, ficando sem uso e abandonado até hoje.

Acima, a foto de prédio em 1930 e, abaixo, como se encontra atualmente.


terça-feira, março 01, 2011

Quinta da Boa Vista

Elias Antonio Lopes, um bem sucedido comerciante, presenteou ao príncipe D. João, pouco depois de sua chegada ao Rio de Janeiro, com uma casa _tida como a melhor da cidade_ que havia construído em 1803 em sua chácara de São Cristóvão. Tão agradecido ficou o príncipe, que chegou a agradecer o “notório desinteresse e demonstração de fiel vassalagem, que vem de tributar à minha Real Pessoa”.

A residência e o jardim foram reformados e o lugar passou a ser chamado de Quinta da Boa Vista, e a casa, Paço de São Cristóvão. Com o intúito de valorizar a área, D. João ofereceu vantagens a quem construisse nos arredores. O bairro tornou-se um dos mais populosos da cidade. Tanto o Paço, quanto os jardins sofreram alterações desde então.

Na verdade, Elias Antonio, que enriquecera com o tráfico de escravos, havia feito um belo investimento. No mesmo ano da doação, recebeu a comenda da Ordem de Cristo, o ofício de Tabelião e Escrivão da Vila de Parati, e dois anos depois foi sagrado cavaleiro da Casa Real, além de outros postos, como o de Deputado da Real Junta de Comércio.

Quando morreu, em 1815, o traficante deixou mais de cem escravos e uma fortuna em palácios, fazendas, ações do Banco do Brasil, e navios negreiros.

Há dúvidas quanto à nacionalidade de Elias. Uns dizem que era português nascido na cidade do Porto; outros que era o libanês Antun Elias Lubbos que teria aportuguesado seu nome ao chegar ao Brasil.

Na foto acima se vê o Paço de São Cristóvão em 1820, em uma pintura de Maria Graham; abaixo, fotos de como está, hoje, o prédio.