quarta-feira, dezembro 30, 2009

Pilogenio

Diz o “reclame” na Revista Careta de 14 de janeiro de 1928:

«O PILOGENIO serve-lhe em qualquer caso.

Se já quasi não tem, serve-lhe o PILOGENIO porque lhe fará vir cabello novo e abundante.

Se começa a ter pouco, serve-lhe o PILOGENIO, porque impede que o cabello continue a cahir,

Se ainda tem muito, serve-lhe o PILOGENIO porque lhe garante a hygiene do cabello.

Ainda para a extincção da caspa

Ainda para o tratamento da barba e loção de toillete O PILOGENIO

Sempre o PILOGENIO

Á venda em todas as pharmacias, drogarias e perfumarias.»

Como não mais existe à venda este tal Pilogênio, é de se julgar que não era tudo o que anunciava...

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Bairro Peixoto

Fica em terras adquiridas pelo comendador português Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca. Chegado ao Rio em 1875, já em 1903 começou a comprar terras entre os morros de São João e Cabritos. Logo, possuía uma chácara com lagoas, árvores frutíferas e gado. Ocupava o espaço hoje limitado pelas Ruas Henrique Oswald, Santa Clara, Tonelero e Siqueira Campos.

Na esquina das atuais Tonelero e Siqueira Campos montou um local de venda de leite; fornecia, também, capim para os estábulos então existentes em Copacabana.

Não tendo descendentes, Peixoto doou suas terras, em junho de 1938, para cinco instituições de caridade: a Associação Asilo São Luis para a Velhice Desamparada, a Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D.Pedro V, a Sociedade Portuguesa de Beneficência do Rio de Janeiro, a Casa dos Expostos, e o Hospital Nossa Senhora das Dores.

A área foi urbanizada e, por exigência de Peixoto, inexiste comércio e as construções não deveriam ter mais que 3 pavimentos. Esta última exigência seria alterada, pelo Prefeito Mendes de Moraes (1947-1951), para 4 andares.

A praça construída na área leva o nome de Edmundo Bittencourt (1866-1943) o advogado, jornalista, fundador e proprietário do jornal Correio da Manhã, criado em 1901 e que existiu até 1974.

O Comendador Peixoto faleceu em novembro de 1947. A foto abaixo mostra os limites de suas terras.




quarta-feira, dezembro 16, 2009

Joaquim Manuel de Macedo e o Ministério

Talvez seja até oportuno lembrar, do livro “Brasil Anedótico” de Humberto de Campos, a história contada, em 1913, por Salvador de Mendonça no diário “O Imparcial” :

“Professor das princesas, filhas de Pedro II, Joaquim Manuel de Macedo, o célebre romancista de A Moreninha, desempenhava o seu mandato de deputado geral, quando o conselheiro Francisco José Furtado, organizador do gabinete Liberal de 31 de agosto de 1864, o convidou para a pasta dos Estrangeiros.

Recusada a honra, mandou o Imperador chamar o escritor à sua presença, e indagou o motivo do seu gesto, quando possuía tantas qualidades para ser um bom ministro.

- Admita-se que eu tenha as qualidades que Vossa Majestade me atribui, - respondeu Macedo: - mas eu não sou rico, requisito indispensável a um ministro que queira ser independente.

E decidido:

- Eu não quero sair do Ministério endividado ou ladrão.”



quarta-feira, dezembro 09, 2009

Rua Primeiro de Março na década de 1920

Uma das primeiras ruas da cidade na planície ao pé do Morro do Castelo, como citado no post Rua Direita, onde a foto foi tirada do Morro do Castelo para a planície. Neste, ao contrário, a foto é obtida desde a Rua para o Morro.

Pode-se ver, à esquerda, o prédio da “cadeia velha”, onde hoje está o Palácio Tiradentes. Logo a seu lado está a Igreja de São José. À direita da foto, vê-se um bonde saindo da Rua da Assembléia. Ao fundo, na própria Primeiro de Março, outro bonde que demanda a Praça XV. Pode-se notar, ainda, a Rua São José (em frente à Igreja). Ao fundo, o Morro do Castelo que, uma vez demolido, deu lugar à esplanada onde foi aberta a Av. Pres. Antonio Carlos como uma extensão da Rua Primeiro de Março até o mar.



quarta-feira, dezembro 02, 2009

Pedra do Sal

A Pedra do Sal é um dos pontos históricos da nossa cidade. É um enorme granito, e tem uma escadaria entalhada por escravos, que liga o Morro da Conceição à área portuária. «Neste local, o sal era descarregado das embarcações que aportavam nas proximidades. Passou, depois, a ponto de encontro de sambistas que trabalhavam como estivadores», revela uma placa colocada, no local, pela Secretaria Estadual de Cultura.

Sabe-se que, no início do séc XVII, negros baianos, chegados ao Rio de Janeiro, instalaram-se nas proximidades. O local oferecia moradia barata e, por ser perto do porto, não era difícil conseguir trabalho na estiva. Da Pedra, também se avistavam os navios que chegavam ao porto, bem antes da construção do cais, que só veio a ocorrer no início do séc XX.

A Pedra constituiu sempre um lugar sagrado para os seguidores de religiões afro-brasileiras, e foi o local onde nasceram os ranchos carnavalescos que viriam a se transformar em Escolas de Samba. A Pedra do Sal foi tombada em 1984 pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).

A base da escadaria fica no Largo João da Baiana, confluência da Rua Argemiro Bulcão com a Travessa do Sossego. O Largo homenageia o pandeirista João Machado Guedes (1887-1974) conhecido como João da Baiana. O local foi freqüentado não só por João, como por Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres e muitos outros sambistas.

Todas as segundas-feiras, de 1800 às 2200 h, há uma roda de samba no Largo. As quartas-feiras são dedicadas a sambas inéditos, como proclama uma faixa colocada no local.



quarta-feira, novembro 25, 2009

Alargamento da Rua Uruguaiana

Com o alargamento da Rua Uruguaiana, promovida pelo Prefeito Pereira Passos, em 1906, toda uma fileira de casas foi demolida, e a rua, bem mais espaçosa, passou a ser endereço de lojas elegantes.

A foto, de 1904, mostra o trecho da Rua Uruguaiana fronteiro à Igreja do Rosário.

O anúncio, publicado na revista Careta, de 1928 _embora visando as senhoras de luto_ confirma o padrão de elegância dos estabelecimentos instalados na rua alargada.


quarta-feira, novembro 18, 2009

Cassino da Urca

Construído em estilo eclético, pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet, para atender aos visitantes da Exposição de 1922, como Hotel-Balneário. Concluída a Exposição, o prédio passou a ser um hotel-cassino.

Na década de 1930, quando o jogo foi estabelecido no Brasil, Joachim Rolla, um mineiro empresário de estradas e protegido de Arthur Bernardes, passou a adquirir cotas do hotel-cassino e em pouco tempo tornou-se proprietário do imóvel.

Como Cassino, teve suas salas freqüentadas pela alta sociedade do Rio, e por visitantes de todo o mundo. Carlos Machado, tornou-se maestro da orquestra Brazilian Serenaders, famosa banda titular do Cassino, que tinha entre seus músicos artistas que se tornariam famosos, como Laurindo de Almeida, Fafá Lemos, Russo do Pandeiro, entre outros, além do pianista e cantor Dick Farney.

Eleazar de Carvalho foi Diretor Musical do Cassino, e dentre as cantoras que pisaram aquele palco podemos citar, entre muitas outras, Carmen Miranda, Emilinha Borba, Marlene, as irmãs Baptista, Virgínia Lane, Lourdinha Bittencourt, Dalva de Oliveira.

Em 1946, quando o jogo foi proibido no Brasil, Rolla possuía perto de seis cassinos além de outros empreendimentos. E o edifício da Urca ficou sem utilidade até que, em 1950 foi comprado por Assis Chateubriand que nele instalou a TV Tupi, ali permanecendo até 1980, quando a estação saiu do ar.

Novo período de inutilidade até que, em 2006, o edifício começou a ser restaurado pelo Instituto Europeo de Design que passaria a ocupá-lo. Entretanto, a substituição do Prefeito possibilitou à Câmara ter aprovada sua proposta de tombamento do prédio, o que ocorreu em junho deste ano de 2009.

A foto que encabeça o texto foi extraída da revista Careta, de 14jan1928. A foto abaixo, mostra o edifício em 1923, vendo-se, também, a atual Rua Marechal Cantuária que, na época, ficava a beira-mar.





quarta-feira, novembro 11, 2009

Jardim do Valongo

Bem menor, por certo, que o da Babilônia, o Rio também possui um jardim suspenso. Fica na encosta do Morro da Conceição, ali pelos lados da Rua Camerino.
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Projetado pelo paisagista Luiz Reys no tempo do Prefeito Pereira Passos (1902-1906), foi a forma encontrada para a contenção da encosta, na altura da Ladeira de Pedro Antônio.
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O acesso, pela Camerino, é feito por uma escada bastante íngreme (o espelho é bem maior que o degrau). Além de uma "casa de guarda", hoje ocupada por invasores, havia quatro estátuas de mármore representando os deuses da mitologia grega: Minerva, Mercúrio, Ceres e Marte, além de balautsradas imitando troncos e "pedras", tudo feito de cimento.
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Parece que a Prefeitura, em 2001, pensou em recuperá-lo, pois se apresentava tristemente abandonado e vandalizado. Na verdade, não mais pensaram nesse jardim.
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Hoje, esse bem tombado, a nivel federal em 1938, continua deixado de lado, imundo e depredado, transformado em local de consumo de «crack».
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-o0o-

quarta-feira, novembro 04, 2009

Rua Senador Dantas


Dá nome à rua, Manoel Pinto de Sousa Dantas, Ministro da Agricultura Comércio e Obras Públicas (de 1866 a 1868), Ministro da Justiça (de 1866 a 1882), e Senador em 1888. Presidiu o 32º Gabinete, governando de 1884 a 1888, tendo dado grande impulso à libertação dos escravos,

A rua foi aberta, ao final do século XIX, em terras pertencentes às irmãs do Convento da Ajuda, resultando uma pendência judicial que terminou com a condenação do Estado ao pagamento de indenização às freiras.

Na nova rua foram construídas residências, algumas bem elegantes, porém passaram a ser ocupadas por «Pensões de Artistas», sofisma que, no século passado, designava as «casas de tolerância» ou, no dizer atual de Anselmo Gois, «casas de saliência».

Acontece que a rua era percorrida, em toda sua extensão, pelos bondes que damandavam a Zona Sul, constrangendo as famílias que, naquele tempo sem carros e sem ônibus, deles faziam uso. À noite a coisa piorava, e tanto que as autoridades fecharam todos essas «pensões».

Devolvidos aos donos, os imóveis eram difíceis de alugar pela má fama que a rua adquirira. Os proprietários resolveram, então, cedê-las gratuitamente e por seis meses aos estudantes de Faculdades que as transformaram em «repúblicas». Passado o semestre, e tendo os estudantes representado o papel de verdadeiro desinfetante moral, não foi difícil, aos proprietários, alugarem seus imóveis após uma restauração e pintura.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Praça Floriano - Monumento

O monumento, de características nítidamente positivistas, é um projeto de Eduardo Sá que homenageia o marechal Floriano Peixoto na praça que leva seu nome.
Floriano foi vice-presidente no govêrno provisório de Deodoro da Fonseca, substituindo-o quando Deodoro renunciou. Exerceu a presidencia por três anos, período em que enfrentou não só a Revolta da Armada (1893-1894) mas, também, a Revolta Federalista do Rio Grande do Sul (1893-1895) ocasião em que apoiou Júlio de Castilhos.
Em 1894, a capital do estado de Santa Catarina passou a chamar-se Florianópolis, nome imposto pelos seguidores do Marechal de Ferro. O culto à personalidade, no Brasil, parece ter iníciado com o florianismo seguido de outros «ismos» como o getulismo, o janismo, o brizolismo, o lulismo, consagrando a tradição na política brasileira de seguir homens em lugar de idéias.
O monumento, inaugurado em 21 de abril de 1910, reflete o espírito positivista marcante no início da República. Na base mostra quatro grupos escultórios constituidos de: - dois indígenas que representam os habitantes pré-descobrimento; - Anchieta, em sua ação de catequese; -Caramuru, figurando o colonizador português; - e um casal de negros simbolizando as etnias africanas. O monumento ainda faz referência a três datas: 1789, 1822 e 1889. Exibe, ainda três inscrições: «A Sã Política é Filha da Moral e da Razão», «O Amor por Princípio, a Ordem por Base e o Progresso por Fim», e «Libertas Quae Sera Tamen». No topo da coluna, a imagem de corpo inteiro do marechal, tendo como fundo a bandeira nacional de onde emergem os rostos de Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant.
Acima, uma foto do monumento em que Anchieta aparece claramente; abaixo, um retrato de Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Theatro Municipal - Inauguração

Inaugurado em 14 de julho de 1909, veio, com esplendor, substituir o velho Theatro Lírico. O presidente Nilo Peçanha chegou exatamente às 21 horas. O Hino Nacional, tocado pela orquestra no “sulco wagneriano” (como o chama Luiz Edmundo), uma novidade para o Rio.

Terminado o Hino, surge no palco o poeta Olavo Bilac, orador oficial da cerimônia que, com voz sonora, envolve o público com um belo discurso a respeito da representação teatral desde Ésquilo e Eurípides.

A seguir, desenvolve-se o programa musical. Apenas obras de autores brasileiros são executadas. O próprio Francisco Braga rege a orquestra na execução de seu poema sinfônico Insônia. Segue-se o noturno da ópera Condor, de Carlos Gomes. Termina o espetáculo a peça Bonança, de Coelho Neto, especialmente escrita para a ocasião, interpretada pelos atores Lúcia Peres, Luiza de Oliveira, Antonio Ramos, João de Deus, e Nazareth.

Haviam sido distribuídos convites especiais. Todos compareceram em trajes de gala. As senhoras com saias de largas caudas, amplos decotes, cinturas de marimbondo _graças a espartilhos de barbatanas_ grandes capas de veludo, seda ou pele, enormes leques, penteados formando torres ornadas com plumas. Os cavalheiros, alguns em smoking, quase todos em casacas, com cartolas de Paris e brilhantes botinas.

A inauguração do teatro marca uma ocasião nova e fulgurante da vida da cidade, transformada pelo prefeito Pereira Passos de vila colonial em moderna e arejada metrópole.

A saída se fez com estardalhaço. Já havia na cidade certa quantidade de automóveis, o que não tirou o brilho das carruagens: cupês, landaus, berlindas, puxadas por belos cavalos. Não se deve esquecer dos bondes com os assentos forrados de linho branco, amarrado com cadarços _de onde surgiu o nome de “bonde de ceroulas’_ , a espera dos espectadores.

Inaugurou-se o Assírio, bar-restaurante elegantíssimo, com orquestra a embalar, não os frequentadores, mas dançarinas, em números de rara beleza. Entretanto, a frequencia elegante e o ambiente requintado não durou muito tempo. Segundo Luiz Edmundo: Invadiram-no, um belo dia, as filhas de Citera... As famílias, diante da ofensiva cupidínea e acintosa, evacuaram a zona. O teatro, porém, continuou sendo o que era.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Carceler


Conta-nos Luiz Edmundo, em seu livro Recordações do Rio Antigo, que o italiano Luiz Bassini teria sido o introdutor do gelo e do sorvete no Rio de Janeiro. Bassini havia aberto o Café do Círculo do Comércio, na Rua Direita (atual Primeiro de Março) em sociedade com N. Denis e, em 1835, já estava envolvido na importação de gelo natural dos EUA.

O gelo vinha em lascas, nos porões dos navios, envolvidas em grossas camadas de serragem. Aqui, eram depositadas em covas abertas no chão, mantida a proteção com serragem. As perdas não eram grandes, apenas 30 a 40% no fim de três a quatro meses.

Outro italiano inaugurou o Hotel do Norte, na mesma Rua Direita, porém mais próximo à Igreja da Ordem 3ª do Carmo. A casa era modelar, para a época, e D.Pedro II, não raro, ia em companhia da Imperatriz, saborear um dos sorvetes da casa. O proprietário não demorou a exibir uma placa com os dizeres: Antonio Franzione, sorveteiro de S.S.M.M.I.I. O Hotel possuía um terraço que passou a ser freqüentado pela sociedade da época.

Os sorvetes eram de caju, carambola, manga, abacaxi, laranja, ou daquelas pitangas que existiam com fartura nas areias de Copacabana. Era feito por processo que consistia em bater uma calda dentro de um balde mergulhado em uma tina cheia de gelo e sal. Luiz Edmundo nos revela uma receita colhida no livro de José Bulhões, publicado em Lisboa no ano de 1788. O sorvete chama-se “papinha” e a receita intitula-se ”calda de papinha para gelar, em sorvete” que é assim detalhada:

“Esbrugue-se uma mão cheia de pevides de melão, outra de melancia, e com quatro, ou cinco amêndoas doces, se pisará tudo muito bem, depois de estar pisado, se lhe deita o açúcar, e passado por pano ralo se aumenta o que houver com água, até fazer três quartilhos, que se gelarão com mais brevidade que as outras caldas”. No linguajar do século XVIII, esbrugar significa descascar; pevides são sementes; pisar é moer no pilão; e o quartilho equivale a 500 ml.

Por volta de 1861, Franzione passou o estabelecimento à viúva Carceler. A partir de então, essa região da Rua Direita passou a ser conhecido como Carceler. E a Confeitaria e o Hotel do Norte destacaram-se como pontos elegantes do Rio de Janeiro dos meados do século XIX.

A foto, de Marc Ferrez, mostra a Rua Primeiro de Março onde se vê as igrejas do Carmo e o prédio do Carceler. Ao fundo, o Morro do Castelo.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Academia Brasileira de Letras

Edifício da ABL na atualidade


Mapa da Exposição

O prédio da ABL, baseado no palácio Petit Trianon de Versailles, foi construído para ser o pavilhão da França na Exposição do Centenário da Independência, em 1922. Figura, no mapa, com o número 5.

A foto mostra o edifício na atualidade, e o mapa, a disposição dos pavilhões da Exposição. A área sofreu alterações, mas a Av. Pres. Wilson seguiu, basicamente, o traçado da, então, nomeada Av. das Nações.

A propósito, o terreno onde está, hoje, o Consulado dos EUA, foi ocupado pelo pavilhão norteamericano na Exposição. No mapa, leva o número 3.

Abaixo, pode-se ver o edifício em 1922, e o palácio que lhe serviu de modelo.


O prédio, em 1922


Le Petit Trianon - Versailles
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quarta-feira, setembro 30, 2009

Manguinhos

A foto acima mostra a pouco habitada área de Manguinhos por volta dos anos 1920. Já se vê, no alto do morro, o castelo neomourisco projetado pelo arquiteto Luiz de Moraes e construído, a partir de 1904, para sediar o Instituto Soroterápico Federal, que vinha sendo dirigido, desde 1900, pelo sanitarista Oswaldo Cruz, e que hoje é a Fundação que leva seu nome.

No centro da foto pode-se ver a chaminé de um crematório de lixo que foi demolido, em 1940, sem nunca ter sido utilizado.

Ao fundo, a região do pedregulho onde, hoje, está o famoso conjunto habitacional projetado por Reidy, em 1947, e que leva o nome oficial de Conjunto Prefeito Mendes de Moraes.

Abaixo, uma foto atual do prédio centenário da Fundação Oswaldo Cruz.


quarta-feira, setembro 23, 2009

Sede do Jockey Club Brasileiro

Quando da construção da Av. Central, hoje Rio Branco, existiam dois clubes dedicados às corridas de cavalos: o Jockey Club e o Derby Club (o primeiro, fundado em 1868; o segundo, em 1885). A sede do Jockey foi construída na esquina da Avenida com a Almirante Barroso, fronteira ao Clube Naval, como mostrado na foto da revista LIFE.

A seu lado, e próximo à Escola Nacional de Belas Artes, hoje Museu, ficava a sede do Derby Club. Na foto abaixo, vê-se os dois clubes e uma nesga da ENBA.

Em 1932, os dois clubes fundiram-se formando o Jockey Club Brasileiro. Nova sede social, projetada por Lucio Costa, na década de 1950, foi construída em um prédio que ocupa toda a quadra compreendida pelas Rua Primeiro de Março, Av. Nilo Peçanha, Rua Debret e Av. Almirante Barroso. O arquiteto “destinou à sede a cobertura e a fachada principal, ficando as três outras para renda e o miolo do edifício, em todos os andares, para estacionamento - mais de 700 vagas” (in “Lucio Costa: Registro de uma Vivência” pg. 420). Desenho da fachada na figura abaixo.

No local até então ocupado pelos dois prédios da Av. Rio Branco, foi construído, em 1981, o Edifício Linneu de Paula Machado, nome do primeiro presidente após a fusão..







quarta-feira, setembro 16, 2009

Rua da Guarda Velha

Conta-nos Brasil Gerson que a Av 13 de Maio teve origem em um caminho entre a Lagoa de Santo Antonio (onde hoje é o Largo da Carioca) e a Lagoa do Desterro, ao pé do morro do Desterro (hoje Santa Teresa). No governo de Antonio Gomes Freire de Andrade (1733-1763) _Conde de Bobadela_ ganhou foros de rua, foi conhecida como Rua do Bobadela, depois da Guarda, da Guarda Velha, hoje, Avenida 13 de Maio.

Atendendo aos reclamos dos frades do convento contra a algazarra produzida pelos escravos que iam ao chafariz da carioca recolher água para seus senhores, Gomes Freire determinou que além da obrigatoriedade de se organizar uma fila, fosse mantida a ordem, pelo que instituiu um posto de guarda para vigiar a aplicação da regra. Passou a ser conhecida como Rua da Guarda e, quando novos postos foram instituídos na cidade, passou a Rua da Guarda Velha.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Silogeu


Prédio construído durante as reformas do Prefeito Pereira Passos (1902-1906), e demolido no início da década de 1970 para o alargamento da Rua Teixeira de Freitas, contígua ao Passeio Público. Já se vê, por trás dele, o atual prédio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Levou o nome de silogeu por abrigar, além do IHGB, a Academia de Medicina, o Instituto dos Advogados do Brasil, e a Academia Brasileira de Letras.

O curioso é que foi totalmente substituído pela Rua Teixeira de Freitas que era bastante estreita, como mostra a foto abaixo, de 1934. O prédio está no canto direito, e o alargamento foi feito sem prejuízo para o Passeio Público.




quarta-feira, setembro 02, 2009

Roda dos Expostos

No século XVI não era incomum abandonarem-se recém-nascidos em lugares públicos para serem encontrados; eram os chamados “expostos”.

Em 1726, o Vice-rei Vasco Meneses determinou que todas as crianças “expostas” fossem abrigadas em asilos. A Santa Casa da Misericórdia, no Rio, adotou, então, o sistema da “Roda”, utilizado na Europa desde a Idade Média, e que, aqui, atravessou a Colônia, o Império e chegou à República.

Consistia de uma caixa cilindrica de madeira, colocada no muro do hospital, sendo que uma parte dava para a rua e outra para dentro da instituição. A criança era colocada e a caixa girada de forma a conduzir a criança para o interior. Havia uma corda de uma sineta para avisar que uma criança havia sido entregue. A identidade que quem a colocasse ficava desconhecida.

O dispositivo usado pela Santa Casa da Misericórdia do Rio (mostrado na foto) encontra-se, hoje, no museu do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. O IHGB ocupa vários andares do edificio nº 8 da Avenida Augusto Severo, junto ao Passeio Público.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Campo de São Cristovão

Charles Dunlop nos conta que o Campo de São Cristovão era uma área suja e cheia de capim onde o Exército, às vezes, se exercitava. A iluminação era escassa e, quase diariamente, os jornais noticiavam assaltos na região.

O Prefeito Pereira Pasos resolveu reformá-lo. O local foi limpo, árvores foram plantadas, canteiros foram preparados. Alamedas de roseiras e alguns repuchos surgiram.

Finalmente, no domingo 11 de dezembro de 1906, foi inaugurado oficialmente. Desde a véspera fora enfeitado com galhardetes e folhagens. As autoridades percorreram o parque e, no coreto construído a um canto da praça, o Prefeito entregou, ao povo de São Cristovão, o Campo totalmente transformado.

“Estava, incontestavelmente, um primor” conclui Dunlop.




quarta-feira, agosto 19, 2009

Antes da Av. Pres. Vargas

A foto aérea mostra trecho do centro da cidade onde seria aberta a Av. Presidente Vargas, inaugurada em 7 de setembro de 1944.

À esquerda vê-se a cúpula da Igreja da Candelária. Todos os quarteirões que ficavam em seu alinhamento foram demolidos e convertidos na pista central, e as ruas que delimitavam estas quadras passaram a constituir o que hoje são as pistas laterais da Avenida.

É de se notar o traçado inclinado da Rua Miguel Couto e a Igreja de São Pedro dos Clérigos, destruída para a construção da Avenida.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Bonde Ipanema



O bonde Ipanema prepara-se para sair de seu ponto final na Rua Teixeira de Melo, e tomar à direita na Rua Visconde de Pirajá. Reparem que há um banco na calçada, para uso dos passageiros que aguardavam o transporte. Não há indicação de data no postal, mas acredito que seja da década de 1940.

Na foto seguinte, já em 1950, vê-se um bonde em detalhe, inclusive com alguns passageiros de pé entre os bancos.








quarta-feira, agosto 05, 2009

Morro do Castelo e Ilha de Villegaignon


Curiosa foto tirada do Morro do Castelo em direção à Niterói, no início do século passado. A Igreja de Santa Luzia é vista de fundos, e sua praia já apresenta sinais do primeiro de vários aterros nesta região.

A ilha que se vê no meio da foto é Villegaignon. Entre a ilha e o continente foi construído o Aeroporto Santo Dumont.

A segunda foto, do Google Maps, mostra a igreja assinalada com um ponto preto, e a Ilha de Villegaignon _também já acrescida por aterros_ onde, desde 1938, está a nossa Escola Naval.




quarta-feira, julho 29, 2009

Almirante Barroso - monumento

O monumento ao Almirante Barroso foi inaugurado em 1909, na praia do Flamengo, entre a Av. Beira-Mar e o local onde, em 1923, seria erguido o Hotel Glória.

Em 1977, foi transferido para o final da Praça Paris, na altura da Glória.

A estátua é obra do escultor José Otávio Correia Lima, tem 2 metros de altura e fica sobre uma coluna cilíndrica, a 8 metros do solo. O pedestal, que contém os restos mortais do Barão do Amazonas, ostenta as seguintes legendas: «Riachuelo - 11 de Junho de 1865» e «Ao Almirante Barroso - a Nação». Duas figuras aladas representam a Pátria e a Vitória. Há, ainda, quatro medalhões, nos ângulos, com efígies dos oficiais Oliveira Pimentel, Pedro Afonso Ferreira, Feliciano Maia, e Lima Barros; unindo os medalhões, os nomes dos navios e comandantes que participaram da Batalha Naval do Riachuelo. Mais abaixo, medalhões com as figuras do Guarda-Marinha Greenhalg e do Imperial Marinheiro Marcílio Dias.