quarta-feira, dezembro 29, 2010

O Rio de Janeieo em 1750

Vemos uma reprodução de uma carta topográfica do Rio de Janeiro em 1750.

É bom lembrar que, à época, a capital brasileira ainda era Salvador (seria transferida para o Rio em 1763). Reinava em Portugal D. José I, tendo como 1ºMinistro o Marquês de Pombal, que viria a expulsar os jesuítas das terras portuguesas em 1759, depois de decretar a Derrama em 1765.

A cidade já tinha descido do Morro do Castelo, que aparece à esquerda. Vê-se, nitidamente a Ponta do Calabouço. A descida mais à direita _ Ladeira do Colégio_ vai dar na Rua por detrás do Carmo (hoje, Rua do Carmo).

Vê-se que a atual Rua Sete de Setembro vai apenas até a Rua do Carmo, estando diferenciados, no desenho, não apenas a Igreja do Carmo como o atual Paço.

A Rua Direita (hoje, Primeiro de Março) é a mais larga e vai diretamente desde o Morro do Castelo ao de São Bento (daí seu nome de Rua Direita), tendo assinalados, o Convento e a Igreja.

A atual Praça XV era um largo entre a Igreja do Carmo e o Mar; a praia seria substituída por um cais, mais tarde chamado de Cais Pharoux.

Note-se que a Ilha das Cobras era habitada.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

O casamento da Princesa Isabel


No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a herdeira do trono do Brasil e o Conde d’Eu, filho do Duque de Nemours, da França.

O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente.

Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa.

A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos.

Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja.

Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa.

Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades.

Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.

E o povo comemorou, até altas horas, o acontecimento.

A foto mostra o Largo do Paço durante a festividade.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

A Águia ... e o Tico Tico



Constâncio Alves - Revista da Academia Brasileira de Letras, n° 39, pág. 243.

Ruy Barbosa era um espírito faminto de leituras. Lia tudo. Passava pelos olhos todos os jornais do Rio, quase todas as revistas, e não dispensava à cabeceira, para conciliar o sono, um romance policial.

Certa vez, em conversa com Constâncio Alves, citou o grande publicista um conto infantil, que lhe havia despertado interesse.

- Onde V. Excia. o leu? - teria indagado Constâncio.

E o mestre:

- Não estou certo; creio, porém, que foi no Tico-Tico...





quarta-feira, dezembro 08, 2010

Rua Real Grandeza

A foto de Malta mostra o trecho final da Rua Real Grandeza, aberta, desde a Rua Berquó (atual General Polidoro), por iniciativa do botafoguense José Martins Barroso.

Em 1855, o citado José Martins Barroso liderou um abaixo-assinado à Câmara para que se construísse através de terrenos, a maior parte de sua propriedade, uma via que atingisse Copacabana. A Câmara cedeu escravos do município, aos quais se deveria prover, não apenas das ferramentas necessárias, como de alimentação.

Dessa forma surgiu a Ladeira do Barroso _hoje Tabajaras_ e a Rua Barroso que, em 1930, teria seu nome mudado para Rua Siqueira Campos, em homenagem ao chefe dos revoltosos dos “dezoito do Forte” que enfrentaram as tropas legalistas nas areias em frente à esquina dessa rua.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Respeito à Etiqueta

Conta-nos J.M. de Macedo a seguinte história:

O Dr. Antônio Ferreira França, que foi deputado geral pela Bahia em quatro legislaturas, entre 1823 e 1837, era não só um dos oradores mais espirituosos da Câmara como um dos médicos mais ilustres do seu tempo. Sentindo-se Pedro I doente, ordenou que chamassem o médico baiano, o qual compareceu prontamente. No correr da visita, o imperial enfermo sentiu sede, e o Dr. França, que nada entendia da etiqueta da Corte, encheu um copo de água, e ia dar-lhe, quando um dos camaristas o deteve, brusco, dizendo-lhe que não lhe cabia aquela honra, que só a ele competia dar água ao Imperador. O Dr. Ferreira desculpou-se quanto pôde e, voltando ao Paço no dia seguinte, sucedeu que estando sozinho com o monarca, este manifestasse desejo de verter água. O "criado-mudo" estava ao alcance da mão, mas o Dr. França resolveu vingar-se; correu à porta do quarto, abriu-a, e, a mão em concha, gritou para o corredor:

- Quem é o do vaso?!... Venha quem é o do vaso!...