quarta-feira, novembro 28, 2007

Rua Anchieta

A Rua Anchieta é uma das mais antigas do Leme. Seu traçado é de janeiro de 1879.

No recenseamento realizado pelo Prefeito Pereira Passos em 1906 consta como não tendo construções. Só foi oficialmente denominada Rua Anchieta em 1917, pelo Decreto municipal no. 1.165, de 31 de outubro. Já no Recenseamento Geral de 1920, constava como possuindo 4 casas. Ia da Av. Atlântica até a Rua Gustavo Sampaio sendo posteriormente prolongada até a Rua Gen. Ribeiro da Costa (que à época se chamava Araújo Gondim).

A denominação homenageia o padre José de Anchieta, nascido em Tenerife, nas Ilhas Canárias, em março de 1534. Veio para o Brasil com a segunda leva de jesuitas, em 1553, trazido por Duarte da Costa, segundo governador-geral. Desembarcou na Bahia, mas foi logo enviado à Capitania de São Vicente; mandado ao planalto, criou um colégio para os indios, em 1554, origem da Vila de São Paulo de Piratininga; foi fundador da Santa Casa da Misericórdia, no Rio, em 1582; viveu por 44 anos entre os índios em vários locais, vindo a falecer em Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo, em 9 de junho de 1597.

Autor de vários livros, incluindo uma gramática, um dicionário e um catecismo na língua Tupy, além do Poema da Virgem, escrito na praia de Iperoig _hoje Ubatuba_ e numerosos Cantos.

Em 1980 foi beatificado pelo Papa João Paulo II; atualmente, está em curso um processo de canonização para que Anchieta seja declarado santo.

A figura reproduz selo lançado em homenagem a Anchieta quando do transcurso do 4º centenário de seu falecimento.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Av. Rainha Elisabeth


Aberta em 1893 pelo Barão de Ipanema que a chamou Rua Dr. Pires de Almeida, teve seu nome alterado para Rua Valadares, em homenagem ao Prefeito Henrique Valadares (1893-1895). Em 1920, o recenseamento registrava apenas 16 construções, sendo onze com dois pavimentos e apenas um com três.

A Rainha Elisabeth e o Rei Alberto I, da Bélgica, visitaram o Brasil em setembro de 1920, razão porque o Prefeito Carlos Sampaio, por decreto de 7 de outubro de 1922, converteu a rua em avenida e lhe deu a denominação atual. O rei, em sua estada no Rio, nadou da praia de Copacabana, em frente a esse logradouro, até a Praia do Diabo.

Elisabeth era filha do Duque Carlos-Teodoro, da Baviera. Casou-se, em 2 de outubro de 1900, com o Príncipe da Bélgica, Alberto, que subiu ao trono em dezembro de 1909. Durante a Guerra de 14, Elisabeth criou hospitais e serviu como enfermeira auxiliando cirurgias, enquanto o rei comandava as tropas belgas. Alberto morreu tragicamente, em 1934, de uma queda ao escalar uma montanha. A Rainha Elisabeth voltou-se, então, integralmente, para as artes. Criou em 1937 um concurso musical que perdura até hoje. Veio a falecer, com a idade de 89 anos, em 23 de novembro de 1965.

Recentemente, o Prefeito Cesar Maia tentou alterar o nome para Avenida Rainha Elisabeth da Bélgica, no que não foi bem sucedido, permanecendo o logradouro com o nome de Avenida Rainha Elisabeth.

As fotos mostram Elisabeth da Bélgica, jovem, e o casal real quando da visita à mina de Morro Velho, em Minas Gerais.



quarta-feira, novembro 14, 2007

Av. Princesa Isabel


Alexandre Wagner, que havia adquirido as terras do Leme no final do século XIX, traçou algumas ruas em 1894. A uma delas denominou Salvador Correia de Sá, em homenagem a quem havia governado o Rio de Janeiro por três vezes (1637 a 1642; em 1648; e de 1659 a 1660).

Em 1906, o Prefeito Pereira Passos inaugurou o Túnel Coelho Cintra, também conhecido como Túnel Novo. Em 1938, o nome da via foi alterado para Avenida Princesa Isabel, em comemoração ao cinquentenário da assinatura da Lei Áurea.

Obras realizadas de 1943 a 1946 abriram uma nova galeria no Túnel Novo, intitulada Marques Porto, sendo duplicada a avenida com a demolição de uma carreira de prédios e a retirada de respeitável fatia da Praça Demétrio Ribeiro que foi, ainda, cortada na diagonal para facilitar o acesso à Rua Barata Ribeiro.

A Av. Princesa Isabel só alcançou as dimensões que apresenta hoje após a demolição do Hotel Vogue, que ficava na quadra da praia, destruído por violento incêndio, em agosto de 1955.

O atual canteiro central é resultado de obras realizadas em 1994/1996, ocasião em que o monumento ao Visconde do Rio Branco foi transferido para a metade da Praça Demétrio Ribeiro que fica junto ao Morro de São João. Até 1938, essa estátua estava na Glória. Hoje, na outra metade, e junto à avenida, fica uma estatua de Braguinha, como a dar boasvindas aos que chegam a Copacabana. No início da avenida, no outro extremo, junto à orla, foi inaugurado em 13 de maio de 2003, um monumento à Princesa Isabel.

As fotos mostram este logradouro em várias épocas. A atual Princesa Isabel e sua vizinha Rua Prado Junior, em 1910; é de se notar o tamanho que possuia a Praça Demétrio Ribeiro. Na foto colorida, da década de 1940, já se pode observar a redução da Praça. E, na foto tirada em sentido inverso, na década de 1950, nota-se que, embora já duplicada em parte, ainda não havia alcançado a Av. Atlântica.




quarta-feira, novembro 07, 2007

Trampolim do Diabo


Assim era conhecido o «Circuito da Gávea», perigoso trajeto de rua com pouco mais de onze quilômetros, de pisos variados (paralelepípedos, asfalto, cimento e terra), subidas e descidas com rampas acentuadas, curvas fechadas e perigosas. Utilizado para corrida de automóveis, no Rio de Janeiro da primeira metade do séc XX.

A partida era na Marquês de São Vicente, passava pela Bartolomeu Mitre, seguia pela Visconde de Albuquerque, Av. Niemeyer, subia pela Estrada da Gávea (onde hoje fica a Rocinha) e descia pela Marquês de São Vicente, fechando o circuito.

As corridas perduraram de 1933 a 1954, com diversas suspensões, por variadas razões, inclusive a II Guerra Mundial. A primeira corrida, intitulada pelo Automóvel Clube do Brasil de «I Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro», realizada em 1º de outubro de 1933, previa vinte voltas, o que totalizava duzentos e vinte e três quilômetros e duzentos metros completados, em pouco mais de três horas e dezenove minutos, por Manuel de Tefé, dirigindo uma Alfa - Romeo (67,162 km/h de média).

O circuito da Gávea fez famosos o italiano Carlo Pintacuda, que venceu o circuito em 1937 e em 1938, e teve seu nome transformado em substantivo comum denotativo de rapidez; e o brasileiro Chico Landi, que venceu a corrida três vezes (1941, 1947, 1948). A última edição, em 1954, foi vencida pelo suíço Emmanuel de Graffenried, com uma Masserati. É de se notar que a maior velocidade média foi obtida, em 1952, pelo argentino José Froilán Gonzalez que, com sua Ferrari, atingiu 90,321 km/h.

As fotos mostram: o local da partida e chegada, na Av.Marquês de São Vicente; a subida da Av. Niemeyer; e Manoel de Tefé, na Alfa-Romeo com que venceu em 1933.