quarta-feira, maio 26, 2010

Rua Vieira Fazenda

José Vieira Fazenda, autor de Antiquálias e Memórias de Rio de Janeiro, nasceu em 28 de abril de 1847. Era o terceiro de cinco filhos de Antônio Cândido Daniel e dona Rosa Maria Cândido Vieira. Estudou no colégio Vitório, na Rua dos Latoeiros (atual Gonçalves Dias), depois, no Colégio Pedro II, no internato criado em 1857. Bacharelou-se, em 1865, em Belas Letras. Aos 15 de março de 1866, matriculou-se na Escola de Medicina, tendo sido o orador de sua turma, que se formou em 1871.

Médico aos 24 anos de idade, Vieira Fazenda começou a exercer sua clínica na paróquia de São José, onde residia na Rua do Cotovelo (que dava acesso ao alto do Morro do Castelo). Abolicionista desde a juventude, foi membro da Sociedade Emancipadora, contribuindo, também financeiramente, com a entidade. Já na República, foi Intendente Municipal no biênio 1895-1896, um dos mais operosos no antigo Conselho Municipal.

Foi sua a proposta declarando o 20 de janeiro feriado municipal, transformada no Dec 239, de 10 de março de 1896, e sancionado pelo Prefeito Francisco Furquim Werneck de Almeida.

A par de seu trabalho como médico da Santa Casa, e do atendimento que fazia gratuitamente aos pobres na sua clínica da Rua do Cotovelo, foi colaborador do jornal A Notícia, de 1901 a 1913. Sócio efetivo da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; professor na Academia de Altos Estudos. Veio a falecer em 19 de fevereiro de 1917.

Dá nome à pequena rua, ao lado do Clube Naval, entre a Almirante Barroso e a Rua Manoel de Carvalho que separa o Clube do Teatro Municipal.

quarta-feira, maio 19, 2010

O Primeiro Monumento

D. Pedro, em seguida à Independência, ao saber que seria homenageado com uma estátua, agradeceu e até indicou o local: a Praça da Aclamação (hoje Tiradentes). Porém, o prestígio popular de D.Pedro foi decaindo, e a comissão nomeada acabou por desistir do projeto. Houve outras tentativas: em 1838, a do Marquês de Paranaguá, Francisco Vilela Barbosa; em 1852, a do Vereador Domingos de Azeredo Coutinho; em 1854, a do Deputado João Antonio de Miranda; também o Instituto Histórico, por proposta de Joaquim Norberto, trabalhou para a feitura da homenagem, e foi outro insucesso.

Então, o Secretário da Câmara Municipal, Roberto Jorge Haddock Lobo, tomou a si a tarefa: promoveu campanhas, propôs comissões, solicitou subscrições; não desistiu. Eusébio de Queirós presidiu o grupo que escolheu, dentre os mais de 28 concorrentes, os três envelopes dos merecedores dos prêmios de um conto de réis. O primeiro prêmio foi concedido ao professor de pintura brasileiro João Maximiano Mafra; o segundo, ao alemão L.J. Bapp; e o terceiro, ao francês Louis Rochet, a quem coube a execução do projeto.

Dentre as sugestões apresentadas pelo artista francês, a principal era a retirada do chapéu que estava na mão do Imperador, substituindo-o pelo Manifesto às Nações (que alguns querem ver como a primeira Constituição ou mesmo as cartas que recebeu às margens do Ipiranga).

Quando parecia que tudo estava pronto, marcou-se o dia 12 de outubro de 1859 para a inauguração. As obras na base do monumento atrasaram a prontificação, o que forçou a um adiamento para de 25 de março de 1862, em que se comemorava a outorga da Constituição. No dia, ocorreu uma destas chuvas que o Rio de Janeiro conhece; tudo inundado e o trânsito, paralisado. Resultado: transferiu-se, novamente, a data para o domingo 30 de março.

Finalmente, embora o vento rasgasse o manto de cetim verde e amarelo que cobria a estátua, as famílias segurassem as colchas que pendiam das janelas apinhadas, e o povo se comprimia na praça, a família Imperial aproximou-se, e D.Pedro adiantou-se para o local da solenidade, bradando: “Viva a Independência do Brasil!”, ao mesmo tempo em que o monumento era descerrado sob vivas, salvas de artilharia, músicos e coros entoando hinos religiosos.

A foto nos mostra a Praça no ano da inauguração: 1862.

Em seguida, após passar em revista a tropa formada para a cerimônia, dirigiu-se D. Pedro para o Teatro de São Pedro, onde se protegeu da chuvarada e dos raios.

Mas não cessaram aí os tormentos de tal monumento. Mais tarde, Humberto de Campos, com ironia, zombetearia:

Monumento infeliz, que nos deixa vassalo:

Brasileiros a pé, português a cavalo ! .

“E foi assim que nasceu, extraído a fórcipe das entranhas da indiferença coletiva e injuriado desde o dia em que veio à luz, o primeiro monumento público da cidade.” É como termina esta história contada por Roberto Macedo.

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quarta-feira, maio 12, 2010

O Alcool como Combustível

Transcrição de nota publicada na revista Careta, de 14 de janeiro de 1928, mantida a grafia da época:

«Os paizes, cuja riqueza se acha ligada á fertilidade do solo e á clemencia do clima, orientaram naturalmente a solução dos problemas do suscedaneo da gazolina para o alcool, como combustivel.

Diversas soluções têm sido lembradas aqui no Brasil, consistindo todas ellas na mistura do alcool com outros liquidos de baixo calor de vaporização, como o benzol, ether, etc., em proporções variaveis.

Na França, por exemplo, foi tornada obrigatoria pelo governo uma mistura de alcool e gazolina, variando as proporções do alcool de 20 a 45%.

No Colonia do Cabo, emprega-se uma mistura de alcool e ether, denominada “Natalite”.

Em Cuba também as misturas de alcool e ether têm grande preferencial.

No Brasil têm-se feito experiencias bem satisfatorias, mas ainda não está espalhado o uso dessa forma de combustível, para os motores.»

Para minha surpresa, já se usava o alcool como combustível no início do século passado...

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quarta-feira, maio 05, 2010

Circo na Av. Copacabana


A foto, de 1937, mostra o circo paulista Piolim instalado na Av. Copacabana, junto à Rua Rodolfo Dantas (que não se vê na foto).

É de se notar que, a essa época, ainda havia postes no centro da avenida.

O então Hotel Atalaia, foi transformado em edifício de apartamentos e conserva o nome.

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