Ficava na Rua Sá Ferreira, bem próximo à Av. Atlântica. Construído na década de 1930, apresentava acabamento bastante rebuscado, mas era muito elegante em seus traços.
Junto à calçada, ornada com mosaico em pedras portuguesas, um belo portão de ferro dava acesso a um pátio interno, com um tanque de carpas no centro, e de onde se avistavam os corredores que atendiam os apartamentos, andares acima.
Na pequena distância que o separava da Av. Atlântica, foi instalado um posto de serviços Texaco.
Foi demolido no final dos anos 1970, depois de alguns anos de decadência.
Acima temos uma vista do prédio; e abaixo, em foto da década de 1950, sua localização, tendo à frente o Hotel Miramar e, ao lado, o posto de serviço.
Em 1627, jesuítas se estabeleceram junto a uma aldeia de índios Temininós e construíram, a beira-mar, uma igreja dedicada a São Cristóvão. Graças ao embarcadouro construído pelos padres e sua proximidade do Caminho de São Cristóvão, que ligava o Rio de Janeiro aos engenhos de açúcar do interior, a região começou a desenvolver-se.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o governador da Província confiscou as terras e dividiu-as em quintas e sítios, dentre as quais, anos depois, veio a destacar-se a Quinta da Boa Vista que, adotada como Paço pelo Príncipe D. João, transformou a região em bairro nobre.
Desde então, foram feitos vários aterros, não só para eliminar alagadiços e mangues, como, mais tarde, para atender às necessidades do crescimento da cidade. O último deles parece ter sido a construção da Av. Brasil, que acabou por distanciar a igreja do mar em quase mil metros.
O postal mostra a igreja, em 1901, ainda a beira-mar, vendo-se canoas, na praia à sua frente, e um embarcadouro. No mapa do Google, abaixo, a cruz azul mostra a localização atual da igreja, e a distância que a separa do mar.
Foi no século XVII que a pedra ganhou o nome de Corcovado. Até então era conhecida como Pináculo da Tentação, designação que teria sido dada por Américo Vespucio, em 1502, como referência à passagem bíblica em que o diabo oferece, no alto de uma rocha, riquezas a Cristo.
Consta que D. Pedro Iatingiu o seu cume, a 704m de altitude, graças à abertura de uma trilha por ação de engenheiros militares chefiados pelo próprio imperador. Depois desta trilha inicial, o pico começou a ser freqüentado e o caminho, incrementado.
Uma estrada de ferro começou a ser construída em 1882. A primeira etapa, que ia do Cosme Velho às Paineiras, foi inaugurada em 1884 por Pedro II. O caminho de ferro foi concluído em 1885, com uma extensão de 3.800m, percorridos graças a uma locomotiva a carvão. No alto do morro havia sido construído um pavilhão, de cujo telhado cônico surgiu a designação dada pelos cariocas: chapéu de sol.
Consta que a idéia de ali construir um monumento religioso teria partido do padre Pedro Maria Boss, em visita à cidade em 1859. A idéia teria sido apoiada pela princesa Isabel, mas de nada resultou.
Em 1921, por ocasião dos preparativos para o centenário da independência, o cardeal Arcoverde retomou a idéia, como uma forma de demonstrar a presença do catolicismo no país, apesar de a República ter separado a Igreja do Estado, transformando-o em laico.
Em 4 de abril de 1922 é lançada a pedra fundamental do monumento; e, no ano seguinte, lançado um concurso para a escolha do monumento. Concorreram propostas de José Agostinho dos Reis, Adolfo Morales de los Rios e Heitor da Silva Costa que teve seu projeto escolhido. O desenho da estátua é de Carlos Oswald e sua execução ficou a cargo do escultor francês Paul M. Landowski. As obras foram iniciadas em 1926, e a inauguração ocorreu em 12 de outubro de 1931. O arranjo que faria com que a iluminação fosse acesa por Marconi, desde seu iate nas costas da Itália, falhou; mas o incidente foi contornado por Rinaldo Franco, da equipe do engenheiro Gustavo Corção, que acionou, à mão, o interruptor.
A estátua tem 30m de altura sobre um pedestal de 8m que contém uma capela. É coberta por um mosaico em pedra sabão. Elevadores e escadas rolantes foram instaladas em 2003 para conforto dos passageiros que desembarcam do trem com tração elétrica (desde 1909) que parte do Cosme Velho.
As fotos mostram: o topo do Corcovado, com detalhe do Chapéu de Sol em 1906 e vista do mirante. E, abaixo, ainda na década de 1930, onde se vê o pavilhão, às costas do Cristo.
Um belo par de estátuas, uma balaustrada ornada de luminárias e duas escadariasconstituem o monumento comemorativo do centenário da abertura dos portos, ocorrida por ato do Príncipe D.João, logo que chegou à Bahia em 1808. As estátuas são obra do escultor francês Eugène Bénet, inspiradas _dizem_ em obras da Place de la Concorde, em Paris.
Junto às estatuas, a avenida Beira Mar, aberta por Pereira Passos debruçava sua amurada sobre o mar, de há muito afastado por aterros. A figura de costas para o Flamengo representa o Comércio: é uma mulher sentada que segura com a mão esquerda o caduceu, e com a direita um escudo com o desenho de um ramo de loureiro. A de costas para o Largo do Russel segura uma cana de leme com a mão direita e uma âncora, com a esquerda, e simboliza a Navegação. Nos pedestais de granito a inscrição «Abertura dos portos - 28 de janeiro de 1808».
É de se notar que os festejos do centenário não se limitaram ao monumento, incluíram uma grande exposição na Praia Vermelha.
A foto colorizada é um postal do início do século, enquanto a colorida é recente, vendo-se o Hotel Glória, construído na década de 1920.