quarta-feira, fevereiro 27, 2008

A iluminação no Rio de Janeiro (final)

Em fevereiro de 1879 foi feita a primeira experiência com a luz elétrica, na Estação D. Pedro II, repetida, mais tarde, nas oficinas do Jornal do Commercio. Finalmente, em 1887, constituiu-se uma companhia com a finalidade de fornecer luz e força pelo sistema belga idealizado por Edmund Julien.

Somente em 1906 surgiu a iluminação elétrica nas ruas da cidade, iniciando-se na recém-inaugurada Av. Central (hoje Rio Branco), pela empresa Braconnot contratada pela Societé Anonyme du Gaz, responsável pela iluminação da cidade.

As fotos mostram a iluminação da Av. Central. Os postes de calçada possuíam queimadores a gás, enquanto no canteiro central, a iluminação era provida por eletricidade através de arcos voltaicos, precursores das lâmpadas incandescentes.


quarta-feira, fevereiro 20, 2008

A iluminação no Rio de Janeiro (II)

Em 1824, a iluminação pública ainda estava sob a responsabilidade da Intendência Geral de Polícia. Lei de outubro de 1828, que deu nova forma às Câmaras Municipais, lhes passou esta atribuição.

A iluminação a gás foi inaugurada, em 1807, em Londres; em 1816, em Baltimore, nos EUA, seguindo-se Boston e Nova Iorque. Depois de várias tentativas fracassadas empreendidas por alguns empresários, Irineu Evangelista de Souza apresentou proposta em que pedia 27 réis por hora de luz, comprometendo-se a assumir a despesa com a colocação dos lampiões e a estender a iluminação da Lapa até Botafogo. O contrato assinado em 11 de março de 1851, rezava que as obras deveriam estar concluídas em 4 anos, sendo que até 1853 o primeiro terço da área deveria estar pronto.

Para levar a cabo a tarefa, foi criada a Companhia de Iluminação a Gás em 25 de março de 1854. Três anos depois, o gás já chegava a 3.027 lampiões públicos, 3.200 residências e três teatros O movimento, no centro, aumentou como que instantaneamente: cafés, restaurantes, teatros entraram em plena atividade, e a vida na Corte começou a tomar novos ares, os de uma cidade moderna. Em 1865 a concessão passou à empresa inglesa, Rio de Janeiro Gás Company Limited..

A foto, de 1895, mostra um acendedor de lampiões carioca no seu trabalho.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A iluminação no Rio de Janeiro (I)

Quando o Rio de Janeiro passou a ser capital da colônia, em 1763, as ruas ainda eram iluminadas por candeeiros a óleo de baleia, ou por velas de cera, colocados em lampadários, ou ainda em oratórios em frente aos quais os devotos faziam suas orações. Essa era a única iluminação, além daquela provida pelo luar.

Havia ruas com dois e até três desses oratórios, construídos por particulares em seus prédios, embora o óleo de peixe fosse, muitas vezes, rateado entre os vizinhos.

Sabe-se que, no tempo do Vice-Rei Dom Luiz de Vasconcelos e Souza (1779-1790) havia 73 desses lampadários, distribuídos pelas 4 freguesias em que se dividia a cidade: 22 na da Sé, 12 na de São José, 27 na da Candelária, e 12 na de Santa Rita. E a população do Rio atingia 30.000 habitantes.

No período seguinte, do Vice-Rei Dom José Luiz de Castro, Conde de Rezende (1790-1801) é que a iluminação pública passou à responsabilidade dos cofres públicos. Cem lampiões foram instalados entre a Rua Direita (atual 1º de Março) e o Campo de Santana. Este era o trecho urbano; o que estava além deses limites era sertão. Mesmo assim, a iluminação era péssima.

Com a chegada da família real, foi criado o cargo de Intendente Geral de Polícia (tal como existia em Portugal) e nomeado o desembargador e ouvidor-geral do crime Dom Paulo Fernandes Viana que tratou de dotar a cidade de iluminação condizente com as obrigações da polícia. Circundou de lampiões de azeite o Paço e o Palácio da Quinta da Boa Vista, e povoou a cidade com postes de pedra encimados por lampiões, inclusive o caminho do aterrado (via que levava por rua ganha aos alagados além do Campo de Santana, até ao Quinta da Boa Vista) depois, por isso, caminho das lanternas; mais tarde, Rua Senador Euzébio: hoje, Av Pres. Vargas.

Um desses lampiões a óleo de baleia, retratado por Debret por volta de 1820, é mostrado na figura. Esses lampiões foram utilizados até o advento do gás em 1854. A foto mostra um lampadário que existiu na esquina das ruas da Alfândega e Regente Feijó por cerca de 150 anos, antes de ser demolido em 1906.



quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Coreto na Praça XV

Em 21 de julho de 1903, foi inaugurado um coreto na Praça 15 de Novembro, iniciativa do Prefeito Pereira Passos. Era de ferro sobre uma base de alvenaria, grande o suficiente para abrigar 80 músicos. Ofertou-o à cidade a Companhia Carris Urbanos, mandando construí-lo na Fundação Indígena.

Houve muita controvérsia. Uns acharam ruim a idéia de, naquele local, levantar um pavilhão de música mais apropriado a um parque. Outros , ao contrário, acharam excelente a idéia de instalá-lo ali, em uma praça recém-ajardinada, junto a terminais de várias linhas de bonde e de barcas.

A inauguração, concorridíssima, ocorreu às 4 horas da tarde, com a excelente banda de música do Corpo de Marinheiros Nacionais, conduzida pelo Primeiro-Tenente João Pereira da Silva, executando programa em que constavam: Saldanha, marcha do mesmo João Pereira da Silva; Aída, fantasia de Verdi; Noite no Castelo, fantasia de Carlos Gomes; e Triunfo, ouverture de Suppé; entre outras.

O coreto, ainda na primeira metade do século passado, foi transferido para Sepetiba, onde está até hoje na Praça Washington Luiz.

Na foto da Praça XV pode-se ver o coreto na direção do relógio da Estação das Barcas. E, abaixo, duas vistas do coreto: antes da transferência e, hoje, em Sepetiba.